'Justificar um erro é errar duas vezes'. Uma verdade sincera e sábia absolvida apenas por quem prega a humildade e possui a capacidade de reconhecer suas falhas, fazendo uma autocrítica ao analisar os seus próprios erros sem apontar outras alternativas de culpa, como encontrar um bode expiatório.
Uma das atitudes mais medíocres e covardes é tentar apontar o erro de alguém como se isso fosse capaz de diminuir ou justificar o próprio erro. 'Mas fulano também fez e sicrano fez pior...' Um erro não justifica o outro, fato.
O que mais se ouve ultimamente são discursos fraudulentos, tendo como pano de fundo a imagem da família e da religião, usando levianamente o nome de Deus na tentativa de valorizar os mais bizarros comportamentos. Nunca se viu tantos falsos profetas e paladinos da moralidade pregando uma coisa na teoria e pecando nas atitudes, na prática. Muitas são as falas 'de boca para fora'.
Mas como diz o ditado popular, 'quem fala demais dá bom dia a cavalo', muitos têm aberto a boca quando deveriam ficar calados. A verdade está em extinção e, o pior, os que mais diziam defendê-la agora viajam literalmente numa espécie de nave carregada de mentiras e enganações delirantes, com destino incerto.
Comportamentos toscos, misturados com barbáries, revelam à sociedade sujeitos que em um certo momento foram considerados pessoas normais, empáticas, solidárias e de paz, mas que hoje, incentivados e espelhados por seus verdadeiros semelhantes, espalham o ódio e o medo aos que ousam discordar daquilo que defendem. As relações humanas não são mais as mesmas, e isso tem assustado os indivíduos do bem.
Quem conhece ou presenciou a história brasileira a partir de meados da década de 1960 até meados da década de 1980 estão vivendo um verdadeiro 'Déjà Vu'.
Por Gervásio Lima* Jornalista e historiador
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