Para orientar as mulheres rurais que precisam ter acesso a políticas públicas, a equipe do projeto “Tempo, custo e deslocamento: um estudo sobre o acesso aos serviços de cadastramento e atualização de registros do Cadastro Único no Nordeste brasileiro” lançou uma cartilha digital chamada “Cadastro Único: Populações Tradicionais e da Agricultura Familiar”.
A cartilha foi elaborada como uma forma de apresentar os resultados de um estudo realizado por pesquisadoras das Universidades Federais do Vale do São Francisco (Univasf) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
A pesquisa apresentada na cartilha contou com a participação de mulheres rurais de 23 comunidades de 11 municípios dos estados de Pernambuco, Bahia e Ceará. A publicação é dividida em duas partes. A primeira traz informações sobre o Cadastro Único: o que é, quem pode se cadastrar, como funciona, como se inscrever etc. Já a segunda, apresenta histórias de mulheres das populações de comunidades tradicionais e da agricultura familiar sobre as dificuldades para ter acesso a esse serviço.
Na cartilha, que contou com financiamento do Ministério da Cidadania e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), são apontadas algumas dificuldades sofridas por essas mulheres, habitantes das áreas rurais e que vivem em situação de pobreza, mesmo possuindo prioridade no acesso a várias políticas públicas. A falta e instabilidade de horário nos transportes públicos são algumas delas, além de insegurança no trajeto, preço do transporte, gastos extras, longas esperas nas filas de atendimento, entre outras.
A egressa Bárbara Cristina Vieira da Silva, que se formou em Ciências Biológicas no semestre suplementar 2020.3, conta que a ideia da cartilha surgiu a partir do diálogo entre as mulheres da equipe de pesquisa. “Pensamos que a cartilha teria a função de devolver os resultados da pesquisa para as mulheres das comunidades que participaram, mas que também poderia abranger outras comunidades rurais com a mesma realidade”, relata a pesquisadora. O estudo que gerou a publicação da cartilha rendeu um prêmio às pesquisadoras no IX Concurso Anual Sudamericano para Jóvenes: Derechos Campesinos y Dinámicas Territoriales em Tiempos del Covid-19, promovido pelo Instituto para el Desarrollo Rural de Sudamérica (IPDRS), da Bolívia.
O CadÚnico é um banco de dados, criado pelo Governo Federal, para identificar famílias brasileiras de baixa renda (de renda mensal total de até três salários mínimos). A partir desses dados, essas pessoas/famílias podem participar de programas sociais, seja federal, estadual ou municipal. É necessário manter o cadastro atualizado para que a família possa continuar exercendo o direito de ter acesso às políticas sociais.
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