Pelo menos 837 municípios brasileiros tiveram problemas com falta de vacinas contra a covid-19 na semana de 28 de junho a 2 de julho de 2021. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (5), são da pesquisa semanal feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número representa pouco mais de 27% dos municípios dos 3.079 gestores que responderam o levantamento.
Já para 71,5% - 2.220 municípios - que responderam a pesquisa, a vacinação seguiu normalmente.
Quando a pergunta diz respeito especificamente à primeira dose da vacina contra o novo coronavírus 96,7% dos municípios que apontaram que faltaram doses para imunizar a população.
Ainda segundo o levantamento, 13,1% dos municípios que declararam que tiveram dificuldades para completar o esquema vacinal de duas doses por falta de imunizantes na última semana.
Destes, 62% relataram a falta da segunda dose para a Butantan/CoronaVac, enquanto 63% relataram falta da Fiocruz/AstraZeneca. Cerca de 30% dos municípios que não tiveram vacina em estoque relataram falta da vacina da Pfizer.
Pela quarta vez consecutiva a CNM aponta aumento no número de infectados. Nesta edição, 21,3% dos gestores declararam que houve aumento do número de pessoas infectadas; 37,5% afirmam que patamar se manteve igual, e 36,8% afirmam que houve diminuição no número de casos.
Quando perguntados se houve aumento de óbitos nos municípios, 25% deles declararam que o índice se manteve estável, 16,1% indicaram aumento e 13,3% diminuição. “Chama a atenção que em 44,1% dos municípios pesquisados esta semana não houve óbitos em virtude da covid-19”, diz a CNM.
A pesquisa revela que 97,4% dos municípios já iniciaram a vacinação dos grupos abaixo de 60 anos sem comorbidades, e em 2,2% essa etapa ainda não se iniciou. A maioria dos entrevistados indicou que a imunização envolve, nesta semana, pessoas entre 45 a 49 anos, sendo apontada por 29,9% dos respondentes. A vacinação entre 40 e 44 anos segue em 29,2% dos Municípios; entre 35 e 39 anos está sendo realizada em 6,2%; e abaixo dessa idade em cerca de 6%.
OCUPAÇÃO UTIs: Sobre a ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nesta semana, 21,5% dos entrevistados disseram que seus municípios estão com a capacidade acima de 95% ocupadas, ou seja, mais de 660 cidades; acima de 90% são 17,8%; acima de 80% são 16%; entre 60% e 80% são 18,5%; e abaixo de 60% somente 11%. Na avaliação da CNM, isso indica “a gravidade do problema das internações nesta semana.”
LOCKDOWN: Sobre a adoção de medidas de lockdown nacional em virtude de uma nova onda de infecção, por causa de novas variantes e com o apoio por parte dos governos a fim de que a população tenha renda nesse período, 52,8% dos gestores concordam, ou seja, 1.625 cidades. Já os que não concordam somaram 44,6% dos respondentes e 2,6% não souberam opinar sobre o assunto.
Na avaliação dos gestores que concordam com um lockdown nacional, 75,9% avaliaram que 15 dias seria o tempo adequado, já 14% escolheram 21 dias e 7,5% 30 dias. “Entende-se que é o momento, no mês de agosto, de se decretar e cumprir um lockdown como fizeram outros países que tiveram sucesso e alguns Municípios do Brasil. Para poder interromper e colocar o vírus no chão, o ideal cientificamente é 21 dias, mas com 15 já seria uma hipótese real. Fecharíamos os aeroportos e deixaríamos só os serviços essenciais”, disse o presidente da entidade Paulo Ziulkoski. Para ele, a medida faria o número de contaminação diminuir e evitaria uma maior mortalidade no país.
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