Templo de Partenon, na montanha de Acrópole, no Centro de Atenas, Grécia
Depois de um giro deslumbrante pelas raízes de culturas que sedimentaram as bases de civilizações milenares, em que as emoções parecem conduzir os visitantes à pretensão inglória de passar a história a limpo, retornei com sentimento de mais respeito à criatividade, à força e à energia dos bravos construtores civis daquela época. Sem os recursos técnicos e de equipamentos hoje existentes, a pergunta inquietante que mais se ouvia era “como foi possível a construção de tantos e tão belos monumentos naquele tempo, cujo grau de dificuldade parecia não ter limite”?
A montanha de Acrópole, com o Templo do Partenon, em Atenas, que tive a honra de visitar em 2012, é um pujante exemplo dessa grandiosidade. Construído no Século V, há 2.462 anos a. C., no alto de uma colina, 150m acima do nível do mar, erguido com blocos enormes de pedra e mármore e gigantescas colunas, significa "a sala da virgem", e o objetivo de tal edifício era prestar uma homenagem à deusa Atena! Porque não dizer da admiração, respeito e reverência que inspiram aos visitantes, diante dos conhecimentos técnicos, científicos, médicos, filosóficos e políticos daqueles povos, os quais se constituíram em bases da nossa civilização e berço da nossa cultura! Sim, porque tudo que é atual, veio dos tempos mais remotos, e é aí onde está o “xis” das perguntas que não querem calar!
Por todo o universo de observações realizadas, das mais complexas às mais simples, a formação cultural do continente europeu oferece uma multiplicidade de oportunidades avaliativas e comparativas, inspirando uma releitura de ideias, práticas e costumes culturais de um povo. Tudo isso permite uma visão eloquente de como é possível corrigir-se tantos erros e desvios educacionais no comportamento de nossa gente e, quiçá, na atitude de administradores e das pessoas responsáveis pelas ações diretas do interesse público.
Providências básicas e relativamente simples podem reincorporar nossas crianças, jovens e mesmo os adultos em um novo mundo de novas regras de comportamento, gestos e posturas que possam dar uma vida de melhor dignidade às pessoas. De tudo isso surgem indagações simples, mas de grande impacto: a) Por que tanto se reclama de que as cidades estão sujas, mas não se interrompe o triste hábito de jogar lixo nas ruas? b) Por que se critica tanto a falta de alguns equipamentos de uso público nas cidades (bancos de praças, placas de sinalização etc.) e há uma tendência em destruí-los, sem qualquer sinal de respeito ao patrimônio público? Lembro que em Cintra, cidade do interior de Portugal, andava com alguns amigos à procura de alguma sujeira nas ruas de grande movimento e não a encontrava. Enfático exemplo de que lá o cidadão tem consciência do conceito de limpeza e coopera com o poder público.
Aqui no Brasil o conceito geral vigente é de que a limpeza das ruas é responsabilidade do governo municipal, e ao cidadão cabe tão somente o DIREITO e o atributo de apenas vociferar reclamações, quando não palavrões contra os Governos, nunca de cooperar e reconhecer os DEVERES de cidadania, além da necessidade de passar exemplos de boa educação.
Não quero e nem devo me indignar agora diante dessa discrepância comportamental, dentre outras mazelas e maus costumes, porque abandonar o sonho e voltar à nossa realidade, naturalmente é um processo de desenvolvimento gradativo... E, assim sendo, cabe sonhar que nos tornemos, num futuro próximo, capazes de escolher bem nossos governantes, banir e não admitir jamais a tal epidemia corrupta que parece não ter fim, e acima de tudo, mas acima de tudo mesmo, que possamos nos tornar melhores como seres humanos!
Esse Artigo foi denominado como “II”, porque, num passado não muito distante, decorridos apenas nove anos (maio/2012), já foi publicado aqui nas páginas do redeGN, agora com pequenos e atualizados ajustes.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
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