Os municípios pernambucanos de Vitória de Santo Antão, Camocim de São Félix, Vicência, São Vicente Ferrer, Floresta, Cabrobó, Petrolândia e Petrolina tem algo em comum quando o assunto é frutas e hortaliças.
Os oito figuram na lista dos vinte maiores produtores do Brasil. Alguns deles, como Camocim e Vitória de Santo Antão no ramo das hortaliças. Outros, a exemplo de Juazeiro e Petrolina, tanto em hortaliças quanto frutas.
A produção dois oitos municípios, segundo o Boletim Hortifrutigranjeiro deste mês da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi de 12.788,4 toneladas de frutas e hortaliças em maio. As nove principais centrais de abastecimento (Ceasas) do país contabilizaram 7.335 toneladas de cebola, tomate e alface vindas de quatro destes municípios pernambucanos e 5.453 toneladas de melancia, banana e maça, de cinco.
Os dados, explica o boletim, “são tabulados e validados pelo próprio entreposto e encaminhados mensalmente à Conab, por meio de um arquivo previamente parametrizado, ou ainda, alimentados de um sistema de lançamento específico”. Em síntese, as informações são recebidas pela equipe técnica da companhia, que revisa os dados e disponibiliza de forma compilada, em seguida, “para acesso público”.
Petrolina responde por mais de um terço de toda a produção de frutas e hortaliças no estado. Ao todo, os produtores do município distribuíram, 4.528 toneladas, sendo 3.605,9 de cebola; 443,6 de melancia; e 479 de maça. No ranking montado pela Conab, este município do Sertão do São Francisco aparece na segunda colocação de entrega de cebola, sendo o primeiro lugar o produto importado.
A oferta de cebola foi grande em maio. Não só de Petrolina, mas também de Cabrobó, o 12º maior produtor da hortaliça do país, e de municípios baianos, como o município vizinho de Petrolina, Juazeiro. Os números refletiram nos preços. “Em maio, houve reversão da alta de preços. A queda foi provocada pela intensificação da oferta da região Nordeste, notadamente Bahia e Pernambuco”, diz o boletim.
O quilo no Recife ficou, em média, em R$ 1,80, representando uma redução de 39,60% quando comparado ao valor de abril. Em Fortaleza, também sob efeito da produção nordestina, o preço despencou 19,41%, ficando em R$ 2,99 o quilo.
Ainda quanto ao ranking da Conab, Camocim de São Félix, no Agreste, e Floresta, no Sertão, despontam em terceiro lugar em duas lista. Camocim aparece nesta posição entre os produtores de tomate no Brasil, com 2.747 toneladas, atrás de Ribeirão Branco (SP) e Goianápolis (GO). A colheita de 1.315 toneladas de melancia fez Floresta ser superada apenas por Uruana e Goiânia, ambos municípios de Goiás.
De Vicência, na Mata Norte, e São Vicente Ferrer, no Agreste, saíram em maio 2.452 toneladas de banana. Vicência não só é o maior produtor da fruta do estado, como o quarto maior do país, enquanto São Vicente, o 16º nacional. A origem de tais números, explicou o técnico do IPA Luiz Gonzaga Bione, à Ceasa Pernambuco, vem em sua grande maioria de pequenas glebas, com característica de pequenos produtores.
MAÇÃ DO SÃO FRANCISCO : A produção da maçã traz uma curiosidade. Dos municípios que mais fornecem a fruta para as centrais de abastecimento do Recife, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Goiânia, Brasília e Fortaleza, Petrolina é o único nordestino. A lista, que inclui o grupo “importados”, tem oito são do Rio Grande do Sul e sete de Santa Catarina. Paraná, São Paulo e Goiás são representados por um cada.
A quantidade de maçã fornecida por Petrolina é bem menor do que os primeiros colocados do país. Comparado ao maior produtor, o município de São Joaquim (SC), o volume da maça pernambucana significa apenas 7,05%. Em relação ao segundo colocado, que é Vacaria (RS), sobe para 9,83%. São Joaquim distribuiu 6.791,7 toneladas da fruta para os entrepostos, enquanto Vacaria, 4.873,7 toneladas.
Os números absolutos de Petrolina se tornam bem mais significativos quando posto o ranking, com o município pernambucano como 11º maior produtor, superando nove cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Petrolina chegou a esse resultado graças a pesquisas. Afinal, a Embrapa desenvolveu tecnologia para adaptar que exige até 350 horas de frio de 7,2° C ao calor do semiárido.
O boletim da Conab avalia dez produtos. “São os produtos de maior representatividade na comercialização das Ceasas e com maior peso no cálculo da inflação oficial do país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, diz. Municípios pernambucanos aparecem na lista de três frutas – melancia, maçã e banana – e três hortaliças – alface, cebola e tomate – e fica fora dos rankings da laranja, mamão, batata e cenoura.
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