O tratamento com a touca inglesa, chamado de crioterapia, agora já é realidade em parte das clínicas privadas brasileiras e chega também a três hospitais vinculados ao SUS – embora ainda só por doações. No Brasil, a máquina custa em torno de R$ 250 mil, só é vendida para hospitais, e é autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O tratamento funciona da seguinte forma: a touca inglesa, conectada a uma unidade de refrigeração, é colocada na cabeça do paciente 30 minutos antes da quimioterapia e é mantida em torno de uma hora e meia após a infusão das drogas. O sistema resfria o couro cabeludo a uma temperatura em torno de 20°C (positivo). Isso diminui o fluxo sanguíneo nos folículos capilares e reduz a absorção dos medicamentos na região, evitando a queda de cabelo.
A touca não congela a cabeça e a sensação de frio é tolerada por 98% dos pacientes. O uso é indicado para todos os tipos de tumores sólidos. Só há contra indicação para os cânceres hematológicos (sanguíneos) ou para quem tem alergia ao frio. A eficácia do tratamento depende do tipo de quimioterapia e a taxa de sucesso é medida pela não necessidade de usar lenço ou perucas para esconder a queda de cabelos: 50% para as químios com remédios mais fortes e até 92% para as menos agressivas.
A tecnologia foi desenvolvida na Inglaterra, lançada em 1997, e hoje é usada em 64 países. No Brasil, chegou em 2013, nos hospitais privados, que já realizaram mais de 200 mil sessões em 14 estados e no Distrito Federal. No SUS, apenas três hospitais têm o equipamento: a Santa Casa de Porto Alegre; o Hospital do Câncer 3 do Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de Janeiro; e a Santa Casa de Misericórdia de Vitória, no Espírito Santo.
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