PLANTAÇÃO: Depois das sementes, o momento é da colheita

16 de Jun / 2021 às 09h30 | Variadas

A garantia do feijão e do milho na mesa depende, para muitas famílias do semiárido pernambucano, da ajuda governamental. Com um detalhe, não pede o peixe e sim as condições para pescar. Ou melhor, plantar. Por isso, em janeiro, quando a chamada quadra chuvosa começou em parte do Sertão, bateu um “desassossego” nos agricultores familiares. Muitos tinham a terra molhada e o arado, mas nem todas as sementes necessárias. O temor era de que não chegassem a tempo.

Para a tranquilidade de muitos, foram chegando: milho, feijão e também sorgo. Ao todo, 824,5 toneladas, distribuídas pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Os resultados da distribuição podem ser mensurados por mais de um ângulo. Em peso, pode-se calcular também em sacas ou quilos, muitos já colhidos e outros a caminho. A conta é direta, conforme explica o gerente de Assistência Técnica e de Extensão Rural do IPA, Maviael Fonseca. “Para cada quilo de feijão plantado, pode-se colher 60 quilos”, exemplificou. E a matemática segue. Ainda se pode medir por hectare. No caso dos agricultores familiares, poucos hectares.

“A produção da maioria das famílias com que trabalhamos, distribuímos sementes, é de dois ou três hectares”. O que se colhe é geralmente para autoconsumo e, quando em boa safra, para comercialização.

A melhor das contas, completa a agricultura Maria de Fátima Barbosa, moradora de Casinhas, Agreste, é o da colheita. Presidente da Associação dos Agricultores do Sítio Gruta Funda, ela recebeu 90 quilos de milho do programa do IPA, o Campo Novo, para dividir com associados. “Entreguei a maior parte, mas ainda tenho uns 40 quilos para entregar”, contou Maria de Fátima, conhecida como Dona Branca. A quadra chuvosa no Agreste vem depois da quadra sertaneja. Daí, o cronograma de distribuição do IPA ser diferenciado. A entrega começou nos sertões do Araripe, do São Francisco e de Itaparica, onde as chuvas habitualmente caem de janeiro a abril. Depois vieram, os sertões Central, do Pajeú e do Moxotó. E o Agreste.

Ao fechar os números da distribuição deste ano, o IPA, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, contabilizou a entrega de sementes de sorgo, feijão e milho para 137 mil agricultores familiares. Isso significa ter alcançado cerca da metade dos estabelecimentos de agricultura familiar do estado. Explica-se: Pernambuco, segundo dados oficiais, possui 270 mil estabelecimentos, sendo que parcela deles é integrado por mais de uma família.

“O comum é o estabelecimento ter apenas uma família”, salientou Maviael Fonseca. Quando se tem mais de uma família, costuma ser a história do pai que dividiu a terra com os filhos. De acordo com Maviael, “mais ou menos 70% dos estabelecimentos ficam no semiárido pernambucano.

É nestes estabelecimentos que se garante o sorgo para alimentar pequenos rebanhos e parcela do abastecimento feijão e do milho no estado. O milho de Dona Branca, registre-se, se encontra em dois estágios. Foram plantados em tempos diferentes. “Um mais novo e um mais velho, embonecando”.

Números do programa

2021

GRÃOS

824,5 toneladas de milho, feijão e sorgo no estado

336,2 toneladas no Agreste

488,3 toneladas no Sertão

AGRICULTORES FAMILIARES

137 mil receberam sementes no estado

56 mil no Agreste

81 mil no Sertão

INVESTIMENTO

R$ 4,7 milhões no estado

R$ 1,9 milhão no Agreste

R$ 2,8 milhões no Sertão

2020

855,5 toneladas de milho, sorgo e feijão

79 mil agricultores familiares beneficiados

IPA/Secretaria de Desenvolvimento Agrário

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