O delegado Valdir Gomes Barbosa, de 69 anos, foi encontrado morto, em Salvador, na noite deste domingo (12). A ocorrência foi registrada por volta das 20h, no edifício Valério de Carvalho, no Campo Grande, e será investigada pela Polícia Civil.
Enquanto esteve na ativa, Barbosa se destacou na corporação baiana. Foi delegado-chefe, prendeu criminosos como o assaltante e sequestrador Leonardo Pareja, conhecido por manter uma adolescente refém após assaltar um hotel em Feira de Santana, em 1995, e esteve atrelado ao "BahiaGate", escândalo que o colocou como suspeito de grampear conversas telefônicas de adversários do senador Antônio Carlos Magalhães, em 2003. Na época, o governador do estado era Paulo Souto (PFL).
O delegado chegou a pedir afastamento do cargo para prestar esclarecimentos, mas negou que tivesse determinado a quebra de sigilo telefônico das 126 pessoas rastreadas. Uma reportagem da Folha de S. Paulo lembra que alguns dos grampeados foram os então deputados federais Geddel Vieira Lima (PMDB) e Nelson Pellegrino (PT), o então ex-deputado Benito Gama (PMDB) e os advogados Plácido Faria e Adriana Barreto, ex-namorada do senador. Todos eles acusavam ACM de ter determinado o grampo.
Na biografia de Barbosa, há ainda espaço para a política. Em 2018, ele se candidatou a deputado estadual pelo PPS, mas não foi eleito.
Além disso, o delegado era escritor - publicou um livro de memórias, chamado “Saques e Tiros na Noite – Sonhos, Estórias e Histórias de um Homem de Polícia”, onde contou investigações policiais importantes.
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