O aumento percentual de mais de 200% no número de óbitos por Covid-19 de pessoas mais jovens, na faixa etária entre 30 a 49 anos e, um pouco menor, na faixa dos 50 aos 59 anos, contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil de Juazeiro no mês de abril, são claros em apontar que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.
Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades no estado, a população mais jovem viu crescer os números percentuais de óbitos no último mês, mesmo quando comparados a março deste ano, o segundo mês com maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus no município, e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em Juazeiro, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média para a idade desde o início da pandemia foi a da população entre 30 e 39 anos, com crescimento percentual de 264% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021. Os números absolutos de falecimentos desta faixa etária também aumentaram em abril, passando de 1 em março para 6 no último mês, mesmo com a diminuição no total de mortes causadas pela doença em relação a março de 2021.
Na sequência, a faixa etária que vai dos 40 aos 49 anos registrou um aumento percentual de 202% do número de óbitos em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. Em números absolutos em relação a março, houve um crescimento, passando de 5 para 7. Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 50 e 59 anos registrou aumento percentual de mortes de 78% em relação à média desta idade no período. Em números absolutos esta população também registrou um pequeno aumento, passando de 9 em março para 10 em abril.
Já a faixa etária de pessoas entre 20 e 29 anos, com queda de 100% em relação à média para a idade desde o começo da pandemia, a faixa etária também não registrou aumento nos números absolutos. Nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média desde o início da pandemia, reduzindo 35% na faixa entre 60 e 69 anos, 50% entre 70 e 79 anos, 22% na faixa entre 80 e 89 anos, e 100% na população de 90 e 99 anos.
Ranking Estadual
Na média nacional, a Bahia apresenta um crescimento de 78% na faixa de 30 a 39 anos, ficando acima da média nacional, que apontou crescimento percentual de 56%. Já as faixas etárias de 40 a 49 e 50 a 59, com aumento percentuais de óbitos de 36% e 37% respectivamente, ficaram abaixo da média do País. A faixa de 60 a 69 anos, mostrou um crescimento de 38%, ficando acima da média nacional, que registrou aumento de 22%.
Todos os Estados brasileiros registraram aumento percentual de óbitos na faixa entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe, crescimento de 101%, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, aumento de 94%. São Paulo e Rio de Janeiro, com 66%, e Distrito Federal, com 58%, também estiveram acima da média nacional.
Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda Paraná (75%), São Paulo (73%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).
Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, Distrito Federal, de 58%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.
Sobre a Arpen/BA
A Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen/BA) conta com 217 associados, do total de 286 titulares de Registro Civil do Estado da Bahia distribuídos por todos os municípios e distritos baianos, responsáveis pelos principais atos da vida civil dos cidadãos, entre eles os registros de nascimentos, casamentos e óbitos. Associação legítima representante da categoria no âmbito estadual e nacional.
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