"A digitalização do Bolsa Família vai quebrar a interação que garante o sucesso do programa. É o acompanhamento próximo dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social que garante a avaliação, acompanhamento das famílias e a garantia de direitos".
Essa é a avaliação do secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, sobre o anúncio do Bolsa Família Digital, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro em Alagoas na quinta-feira (13). Para o secretário da SJDHDS, o acompanhamento das famílias garante a efetiva inclusão no programa.
"A digitalização tem que ser um complemento para o acompanhamento, nunca a substituição dos profissionais que estão nos Cras e Creas. As famílias mal tem o que comer, muitas não tem acesso à informação ou internet. A iniciativa do Governo Federal vai afastar ainda mais as pessoas mais pobres do Estado brasileiro", pontuou o gestor estadual.
"O que o presidente precisa fazer é corrigir o benefício, que não é reajustado desde 2018, e incluir as 1,7 milhão de famílias que estão na fila aguardando o benefício. O que é preciso fazer é retirar as famílias da miséria, é colocar comida no prato de 19 milhões de brasileiros", afirma o secretário estadual.
O secretário da SJDHDS vê na medida mais um artifício do governo para cortar e reduzir famílias no programa. "O que vamos ver? As famílias não conseguirão se cadastrar, o governo oferecerá um telefone no qual elas nunca vão conseguir falar, depois soltarão notas dizendo que estão resolvendo, mas enquanto tudo isso acontece as famílias vão estar excluídas, impedidas de acessar um direito fundamental que garante a comida na mesa. É inaceitável", finaliza Martins.
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