Pesquisadores do Ceará desenvolvem vacina contra COVID-19

14 de May / 2021 às 11h45 | Coronavírus

Na luta contra o coronavírus SARS-CoV-2, pesquisadores brasileiros trabalham no desenvolvimento de uma vacina 100% nacional, como o grupo de cientistas da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Chamado de HH-120-Defenser, o imunizante contra a COVID-19 já foi testado, com sucesso, em animais.

A vacina nacional contra a COVID-19  é desenvolvida pelo Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece (LBBM), liderado pela professora imunologista Izabel Florindo Guedes. Agora, o próximo passo do estudo será solicitar o início dos testes em humanos para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os testes da vacina em camundongos foram concluídos com sucesso, segundo o pesquisador do LBBM/Uece e doutorando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (Renorbio/Uece), Ney Carvalho. “Obtivemos resultados promissores desse imunizante com camundongos. Esses resultados serão submetidos à Anvisa, com o intuito de iniciar a fase clínica, já que estávamos na fase pré-clínica, com os animais”, explicou Carvalho.

Conforme detalha o pesquisador, caso o estudo seja aprovado em humanos pela Anvisa, a Fase 1 será realizada com cerca de 100 voluntários com idades entre 18 e 60 anos, sem comorbidades. Na Fase 2, serão incluídas pessoas acima de 60 anos, com comorbidades. Na terceira e última fase, os testes serão aplicados em milhares de pessoas, com diferentes perfis.

“Com mais de 90% de proteção comprovada da vacina na fase pré-clínica, poderemos seguir com os testes em humanos, após a aprovação da Anvisa. Para esses testes, será seguido todo um protocolo, realizando a seleção de pessoas saudáveis, que ainda não tenham tomado outras vacinas contra a COVID-19. Essas pessoas serão convidadas a serem voluntárias nesse primeiro momento”, detalha a professora Izabel Florindo.

Como funciona a vacina nacional contra a COVID-19?
De forma diferente das outras vacinas contra a COVID-19, o imunizante HH-120-Defenser deve adotar um coronavírus aviário atenuado que não causa infecção em seres humanos. “Essa vacina é constituída por uma cepa de coronavírus muito parecida com o SARS- CoV-2, capaz de induzir uma resposta imunológica protetora contra o novo coronavírus. Ela não causa infecções em humanos. Por isso resolvemos usá-la”, explica Florindo sobre a estratégia de imunização a partir de um agente infeccioso semelhante.

A expectativa do grupo de cientistas é que essa seja uma vacina de baixo custo. “Acreditamos que a concentração de vírus vacinal que queremos colocar por dose é suficiente para que em um frasco, que custa R$ 11 no comércio local, seja capaz de fornecer 250 doses. Assim, cada dose custaria R$ 0,044 centavos. Se levarmos em conta que temos 240 milhões de pessoas no Brasil, então seriam necessárias 480 milhões de doses", comenta o pesquisador Ney Carvalho.

Atualmente, o Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular conta com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

Ascom Governo do Ceará Foto acervo pessoal

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