Desde 15 de março Material didático impresso, o Canal TV Educa Bahia, com transmissão específica para os estudantes, com aulas remotas e outros vídeos, além de encontros virtuais.
Apesar de todos os esforços, afinal, a Secretaria da Educação desenvolveu diversos recursos educacionais para a volta às aulas de forma inteiramente remota, a falta de recursos da maioria dos alunos põe os resultados em xeque.
Os recursos educacionais foram pensados visando atender a todos os estudantes nos diversos perfis de acessibilidade tecnológica, inclusive aqueles que não possuem acesso à internet, porém, a internet não é uma realidade para todos os alunos.
De acordo com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% das casas dos baianos não têm internet, isso dá mais ou menos 1,5 milhão de casas onde as pessoas, e principalmente os estudantes, não têm acesso à rede.
A reportagem da REDEGN entrevistou estudantes da rede pública de escolas estaduais e também do municipio. "É muito difícil, quase impossível acompanhar as aulas. Com certeza, a internet de qualidade é o que pesa mais. Não tenho bom sinal de internet. A impressão que tenho é que os governos do estado e município estão jogando os problemas da falta de recursos de sinal wi-fi para debaixo do tapete. É um problema real. Ninguém discute", diz o aluno Elton Silva, do bairro Argemiro.
Na zona rural, nas proximidades do Projeto de Irrigação Núcleo 3, o estudantes Antonio José Severiano diz que "a situação é difícil e espera que essa situação pandêmica passe logo para ele ter o retorno aulas presenciais".
Um professor da rede pública do estado diz: "A gente tem muita reclamação de estudantes em relação a não conseguir ver vídeos postados na plataforma ou enviados pelo celular, ou então que não conseguem participar de uma aula porque os dados da internet não aguentam”.
Professores também revelam a "desmotivação". De acordo com informações obtidas pela REDEGN, o número de alunos que já disistiu chama a atenção nestes três primeiro meses letivos. "Um conjunto de fatores contribuem para a evasão/desistência, falta de wi-fi, ou dados móveis que não dão condições, e também a questão da busca de emprego nestes tempos de pandemia, e professores que são pais e tem que dividir o celular, notebook com os filhos. Também lógico, pais que tem que levar o celular para o trabalho e os filhos estudantes ficam sem condições de estudar", revela o professor.
Assim, os desafios da modalidade ensino remoto se estendem ao ano letivo de 2021. Uma parcela dos alunos e de locais mais carentes não conseguiu se manter conectada e foi perdendo tanto conteúdo quanto entusiasmo pelos estudos. No momento em que as redes estaduais e municipais começam a planejar a retomada para o ensino presencial (ou ao menos híbrido), reengajá-los será um dos grandes desafios.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, mesmo depois de mais de um ano do início da pandemia causada pelo coronavírus, professores de escolas públicas dizem que ainda não há uma estrutura adequada para os alunos aprenderem à distância.
De acordo com um levantamento do Unicef, o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância, em novembro de 2020, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não frequentavam a escola (remota ou presencialmente) no Brasil. Outros 3,7 milhões de estudantes matriculados não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram estudar em casa.
No total, 5,1 milhões tinha acesso à educação. Entre essas crianças e adolescentes sem educação, 41% tinham de 6 a 10 anos de idade; 27,8% tinham de 11 a 14 anos; e 31,2% tinham de 15 a 17 anos.
E a situação em Juazeiro, Petrolina da rede municipal de ensino? A resposta teremos em uma outra reportagem aqui na REDEGN.
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