O presidente Jair Bolsonaro negou, nega terça (11), que exista orçamento secreto, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo no último domingo (9). Reportagem apontou a existência de um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emenda parlamentar com o objetivo de aumentar sua base no Congresso Nacional. O esquema, chamado de "tratoraço", teria sido criado no fim do ano passado.
“Todo dia [apanho]. Faço um churrasco aqui, apanho. Inventaram que eu tenho um orçamento secreto agora. Tenho um reservatório de leite condensado ali, 3 milhões de latas. Pode ver, isso é sinal que não têm o que falar. Como o Orçamento foi aprovado, discutido durante meses e agora apareceu R$ 3 bilhões? Só os canalhas do Estado de São Paulo para escreverem isso”, disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Conforme a reportagem, boa parte das emendas é "destinada à compra de tratores e equipamento agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo". Texto fala que a situação fica clara em 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional e outros órgãos vinculados à pasta para indicar como gostariam de usar os recursos. E informa que os acordos para a distribuição desses recursos não são públicos, tampouco é igualitária a divisão entre os parlamentares.
Nesta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também negou a existência de um orçamento secreto. "Não há orçamento secreto, mas diferentes formas de se fazer emendas", disse em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil. Lira pontuou que não acredita em falta de transparência e criticou a reportagem. "Houve excesso por parte do jornalismo", afirmou.
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