A partir desta terça-feira (04), as equipes da Prefeitura de Petrolina, através da Secretaria Municipal de Saúde, e do Método Wolbachia, iniciativa do WMP Brasil/Fiocruz, irão realizar o reconhecimento das rotas para liberação dos Wolbitos, os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, que atuam no combate a dengue, Zika e chikungunya. A previsão é que a liberação desses mosquitos comece no início do segundo semestre de 2021.
A liberação vai ocorrer a partir da instalação de dispositivos em áreas públicas, onde serão colocados ovos dos Wolbitos, que vão nascer nestes recipientes e depois voar em busca de alimento. Ao se acasalarem com os mosquitos que já estão no território, vão passar a Wolbachia - bactéria que não causa mal a humanos e animais - para as novas gerações, e que ajudará a impedir a transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes.
Estes mosquitos não são transgênicos e o Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Uma vez liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.
Este método de controle das arboviroses foi desenvolvido na Austrália pelo World Mosquito Program e atualmente atua em 11 países e mais de 20 cidades. Petrolina será o próximo município brasileiro a receber a iniciativa, que já está implementada no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS). A ação é realizada junto com a prefeitura, em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco e conta com financiamento do Ministério da Saúde.
O Método Wolbachia não envolve modificação genética e é uma medida complementar. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.
Sobre o método Wolbachia:
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.
Um estudo realizado na Indonésia, apontou redução de 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam os mosquitos com Wolbachia. No Brasil, dados preliminares apontam redução de até 75% de casos de dengue e de cerca de 60% menos casos de chikungunya em Niterói (RJ), onde o método é implementado desde 2015.
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