Em aulas remotas, estudantes fazem passeios virtuais em exposição de artes

04 de May / 2021 às 11h00 | Variadas

Muitas vezes sendo a ponte inicial entre os jovens e as artes, as escolas desempenham um papel importante de formação de público para a produção cultural. Durante a pandemia, funcionando em aulas remotas, o desafio é manter a oferta dessas atividades, já que os espaços culturais estão fechados.

Na última semana, a exposição 'Criatura: Ser e habitar' da artista visual Pollyana Mattana foi visitada por quatro turmas de Petrolina-PE, contemplando estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Clementino Coelho (Eremcc) e da Escola Municipal Professora Eliete Araújo de Souza.

O processo de mediação cultural teve que ser adaptado para este momento que requer distanciamento social, então as visitas à exposição foram realizadas no ambiente virtual. Por videochamada com os alunos, além de realizar o passeio pelo Coletivo Casa, onde estão as obras, os estudantes assistiram um videoarte do projeto e participaram de bate-papos com a artista, onde puderam tirar dúvidas do processo criativo e da carreira artística.

As perguntas mais frequentes em todas as sessões foram sobre como a artista começou a trabalhar com artes e sua rotina como criadora. Para a aluna Laysa Beatriz Souza do Eremcc, a obra que mais chamou atenção "foi a do coração que tem uma pessoa amarrada". "Achei interessante, fiquei curiosa sobre qual foi a inspiração para a obra", comenta. A artista explicou que ao chegar no Nordeste em 2019, começou a investir na carreira e criou o personagem com esse coração que é tema da exposição. "O coração é o que representa esse lugar que me acolheu, o nordeste, que sempre está de braços abertos pra receber. Eu sinto que aqui no nordeste as pessoas tem um calor no peito", disse.

Os alunos da turma da professora Iana Ricarte comentaram sobre a presença de personagens com a cabeça de casa, questionaram sobre a inspiração para Pollyana e ela devolveu a pergunta para saber o que eles pensavam quando viam a obra, abrindo um diálogo entre eles. Eric acha que é porque "a cabeça está voltada para o nosso lar, um lugar que a gente acha aconchegante. Já Yara disse que "a cabeça da gente tem tudo, nossos sonhos, memórias que a gente gosta. É um caderninho, uma casa, um lugar que a gente pode pensar o que quiser, sem ninguém julgar a gente". Relacionando com a característica da artista que mudou de cidade várias vezes e se radicou no Nordeste, Carlos Eduardo comentou que "a gente cria raízes e lembranças no lugar que nos sentimos bem".

Nos encontros com os estudantes da Escola Municipal Professora Eliete Araújo, a curiosidade maior estava em como a artista cria suas obras. Na conversa, a surpresa se deu quando vários alunos começaram a revelar que também desenham e mostrar suas obras. Mattana explicou seu processo criativo e deu dicas para quem quer ser artista visual. "Tem que ir praticando todo dia, uma obra artística não surge do nada", pontuou. Também falou sobre sua formação universitária na área de artes e seu trabalho como tatuadora.

Com orientação do professor João Trapiá, a turma está estudando o gênero crônica e teceram comentários sobre as obras. Breno, que também mostrou seus desenhos, disse que a arte "é como se o que passasse na vida real fosse transcrito como desenho para o papel".

O projeto é uma realização do Coletivo Casa, contando com produção da Pipa Produções. Esse projeto está sendo apoiado pelo Edital Criação, Fruição e Difusão (LAB PE), em conformidade com a Lei nº 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc, Decreto nº 10.464/2020, da Lei Estadual nº 17.057/2020 e Decreto Estadual nº 49.565/2020.

Exposição: Um ser bem colorido, sem rosto e coração à mostra, que acaba representando um pouco de todas as pessoas em situações variadas. Essa "criatura" criada por Pollyana Mattana ganha uma exposição em Petrolina-PE, no espaço cultural Coletivo Casa. 'Criatura: ser e habitar' está em formato virtual no site www.valetourvirtual.com/criatura. O personagem já esteve presente em vários trabalhos da artista, sendo recorrente em seus processos criativos desde 2013, e agora se torna o ponto principal de uma série de obras. O desenho ganha outras superfícies e passa a ser representado em várias técnicas de criação em Artes Visuais. 

Adriano Alves | Agência Virabólica de Comunicação e Cultura.

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