Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, é preciso investigar a falta de vacinas no Brasil. "A CPI vai trabalhar em cima disso e de dados que estamos recebendo, até porque o objeto principal é a falta da vacina, porque não assinamos negócios com a Pfizer no tempo certo. O Brasil tem a capacidade de vacinar mais de dois milhões por dia — e não foi isso que foi colocado", disse neste sábado em entrevista à CNN.
Segundo Aziz, o Brasil precisa se preparar para não conseguir vacinar toda a sua população ainda neste ano. "Nós tínhamos a certeza, dada por alguns ex-ministros, que teríamos a vacina em alta quantidade no tempo certo. Com o andar da carruagem, vamos passar 2021 e não vamos conseguir vacinar as pessoas acima de 13 anos", afirma.
A CPI da Pandemia começará na próxima terça-feira (4) uma semana dedicada a oitivas dos ex-ministros e do atual titular da Saúde do governo federal, respectivamente, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga. Veja o cronograma.
Segundo dados atualizados pela CNN na sexta-feira (30), o Brasil tem 22,05 doses de vacinas aplicadas a cada 100 habitantes, ocupando a 57ª posição geral no ranking global de vacinação.
Aziz afirma que "as vacinas não foram trazidas ao país muito mais por uma interrupção do ministério das Relações Exteriores com países amigos". "Nós temos relação com o mundo todo, não temos inimigos, não temos barreira comercial no mundo, nem com os Estados Unidos, e nem com Cuba — dois setores totalmente diferentes de pensamento", diz. "Essas questões também serão apuradas pela CPI, porque a comissão de relações exteriores é morosa ou nem apoiou em nada."
O senador diz torcer para que a "investigação da CPI dure apenas uma semana" para que ele possa "se livrar dela". "Quanto mais rápido apurarmos, mais rápido essa pauta sai da TV, dos jornais, do dia-a-dia. Hoje esse assunto está na nossa casa. Com certeza você perdeu pessoas nessa pandemia, então não é algo abstrato. A Covid-19 não vai parar com a CPI, o vírus vai continuar contaminando", diz. "A população pensa que toda CPI acaba em pizza. Mais de 400 mil mortes não vai acabar em pizza", afirma.
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