Um dia após o Palácio do Planalto sofrer uma série de derrotas na instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o presidente Jair Bolsonaro fez novas críticas contra a comissão do Senado.
Em conversa com apoiadores na manhã desta quarta-feira (28), Bolsonaro cobrou o colegiado que investigue prefeitos e governadores e afirmou que a comissão pode virar "um carnaval fora de época".
Inicialmente com foco nos erros e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia, a CPI ampliou o escopo para estados e municípios após pressão do Executivo.
"Os prefeitos agora vão ter responsabilidade por essa CPI que está aí? Será que a CPI vai ouvir prefeito e governador que baixou decreto para confiscar, como Sergipe, a propriedade privada? Lá no Ceará, não o estado, mas em uma cidade, tem que ter autorização [para estar na rua], motivo justificado, toque de recolher, pancada em gente lá na rua. A CPI vai chamar ou vai querer fazer carnaval fora de época?", perguntou o presidente.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro também disse que não pretende se vacinar contra a Covid-19 por enquanto e que só vai fazer isso quando estiverem sobrando vacinas. O atraso na compra dos imunizantes é um dos focos da comissão.
A CPI foi instalada na terça e tem como presidente o senador Omar Aziz (PSD-AM). O senador Renan Calheiros (MDB-AL), crítico de Bolsonaro, é o relator.
"Vão se dar mal. Lá tem gente bem intencionada, não é porque me defende, está falando a verdade lá, mas tem um outro que quer fazer uma onda só", afirmou Bolsonaro a apoiadores, sem citar nomes.
O primeiro a ser ouvido pela comissão já foi definido por acordo. De acordo com o presidente da CPI, na sessão da próxima terça-feira, dia 4, o colegiado pretende receber o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Na conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu que as atividades econômicas não podem ser afetadas pelo isolamento social. "O que foi a questão do lockdown lá atrás? Foi para achatar a curva? Está um ano achatando a curva? A grande desgraça é o desemprego, apesar de o governo estar dando meios para criar emprego, os informais estão em uma situação complicada", disse.
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