O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que atinge o desenvolvimento neurológico, sendo caracterizado por dificuldades, em maior ou menor grau, na comunicação, na interação social e no comportamento, que segue um padrão restrito e repetitivo. O TEA é multifatorial, com aspectos genéticos e ambientais (relacionados ao período gestacional).
A existência de uma rotina é crucial para a vida das pessoas com autismo, já que são geralmente mais sensíveis às mudanças e alterações do seu cotidiano. Normalmente, as famílias de crianças e adolescentes autistas já encaram diversos obstáculos no dia a dia para amenizar o impacto do quadro e promover o desenvolvimento de seus filhos. Neste período de pandemia os desafios passaram a ser ainda mais difíceis para essa parcela da sociedade.
Para amenizar esses impactos, a neuropediatra Mayllin Freitas do Hospital Dom Malan dá algumas dicas neste Abril Azul (mês de conscientização do autismo). "Devido à pandemia, as famílias tiveram que se adaptar e criar alternativas para se reorganizar. Sabemos que os desafios para essas crianças e suas famílias são diários e ficaram ainda mais evidentes nesse período. Não tem sido fácil, pois a falta de atividades fora de casa exige uma enorme disponibilidade dos pais, que inclusive lutam contra o acesso desmedido aos meios digitais de informação e distração. É preciso muita disposição e amor. Mas, com as orientações certas esses prejuízos podem ser minimizados", acredita.
De início, a médica orienta explicar às crianças e adolescentes com autismo sobre como a rotina vai ser modificada, o porquê das mudanças e o passo a passo do que vai acontecer depois, como o retorno das aulas, por exemplo. "O interessante é que isso seja feito de forma lúdica e adequada a capacidade de entendimento da criança ", ressalta.
Em seguida, os pais e cuidadores devem estabelecer uma rotina saudável desde o acordar. "Inclua horários para as atividades educacionais, para dormir, para as terapias presenciais ou mesmo online [quando for o caso] e para o lúdico. Além da comunicação verbal, é possível usar estratégias como fotos, figuras e vídeos para facilitar o engajamento das crianças nas conversas sobre o contexto atual e mudanças na rotina", acrescenta.
No mais, é interessante buscar um serviço de saúde sempre que necessário.
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