Depois de buscar, sem sucesso, trocar os dois representantes do PSD na CPI da Pandemia do Senado, o governo federal mudou de estratégia: líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) telefonou para integrantes da comissão para, em nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizer que o Planalto não iria tentar vetar qualquer dos indicados para o grupo e que respeitaria o critério de proporcionalidade que havia sido adotado - a maior bancada, do MDB, escolheu a relatoria e a segunda, do PSD, preferiu a presidência.
Entre os que receberam as ligações estão Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), que, por acordos fechados na noite desta sexta-feira (16), foram confirmados para os cargos de presidente e relator da CPI. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ficará com a vice-presidência.
Procurado pela CNN, Bezerra confirmou ter feito as ligações a pedido de Bolsonaro. Ressaltou que havia outros candidatos à presidência e à relatoria da CPI, mas que o critério da proporcionalidade era correto.
Disse ter feito um relato da situação ao presidente, que concordou com a solução adotada e pediu que ele fizesse as ligações. Segundo Bezerra, não há mais qualquer problema em relação às indicações para os cargos da comissão. "Está tudo superado", completou.
Até a sexta-feira (16), o governo tentou evitar que Calheiros ficasse com a relatoria, mas os seis representantes da oposição e dos independentes na CPI - entre eles, Otto Alencar (PSD-BA) - não aceitaram a articulação. A CPI terá 11 senadores como titulares.
As ligações de Bezerra ocorreram na noite da sexta, logo depois de o chamado G6 se reunir e fechar questão em torno da indicação de Calheiros. A CPI deverá ser instalada na próxima quinta-feira, quando seus integrantes elegerão presidente e vice do grupo. Caberá ao presidente indicar o relator.
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