"Colecionador de Semelhanças" é o nome do experimento híbrido baseado no conto homônimo do escritor petrolinense Antonio de Santana Padilha (1904-1981) que está disponível para acesso no Youtube: https://youtu.be/GZpXGO6fziY.
Aprovado no edital de Criação, Fruição e Difusão da Lei Aldir Blanc (LAB) do estado de Pernambuco (PE), o projeto conta com a interpretação do ator e performer José Lírio Costa, além da direção e filmagem de Thom Galiano.
Em cerca de onze minutos, a obra adaptada do conto de Antonio Padilha relata a saga de Floresmundo (José Lírio Costa), um sujeito que não se parece com ninguém, nem com seus próprios familiares. Pela necessidade de encontrar alguém semelhante, ele começa a colecionar fotos, desenhos e gravuras de pessoas, adentrando em temas como memória, identificação e representatividade.
De acordo com o diretor Thom Galiano trata-se de um experimento híbrido porque a obra transita entre o teatro, a literatura e o audiovisual. "Toda linguagem tem suas fronteiras, mas nenhuma linguagem é pura. Existem parâmetros, mutantes, que afirmam a sua identidade e diversas possibilidades de experimentação. Em Colecionador de Semelhanças, o teatro é o corpo, a forma de expressão; a literatura é a matriz do projeto, que nasce do conto; e o audiovisual é o meio para que a obra aconteça e chegue às pessoas", afirma ele.
Lírio, que já atuou em mais de 20 espetáculos, desde a sua estreia em 2001 na Cia Máscara de Teatro, mergulha na história do inquieto Floresmundo para dar continuidade à sua pesquisa de transposição da Literatura ao Teatro. Nessa investigação, desenvolveu, além do experimento híbrido "Colecionador de Semelhanças", a performance "Cavalo", inspirada no livro "Carta ao Pai", de Franz Kafka, e o experimento audiovisual "Tempo ao Sol", baseado no poema homônimo, de Carlos Drummond de Andrade.
"Colecionador de Semelhanças" transcende a pesquisa de Lírio, ao propor um reencontro com Petrolina e com a obra de Antonio Padilha, autor de uma vasta e diversa produção literária, que compreende contos, crônicas, dramaturgia, poesias, discursos e o primeiro romance publicado na cidade, "Pedro e Lina", sua obra-prima. O lançamento do experimento híbrido foi precedido por uma série de postagens de Lírio sobre a obra de Padilha, prestando uma homenagem ao escritor, ao município, ao tempo e às histórias da cultura local.
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