Sensibilidade: Substantivo feminino. Qualidade do que é sensível. Emoção, sentimento, simpatia pela humanidade, empatia, ternura... E ainda, pode ser, também, a disposição para sentir ou para se emocionar diante de algo ou de alguém...
Nesses tempos tão difíceis, onde a amargura, a solidão, e a distância de quem gostamos tem sido a tônica da vida, eis que recebo numa tarde dessas, essa imagem tão expressiva...
E logo a denominei de FOTOGRAFIA DA SAUDADE, e em seguida resolvi fazer uma pergunta: Onde será esse sol...? Daí vindo em seguida a inspiração para juntar as palavras, e escrever algo vindo do fundo do coração...
Por que fotografia da saudade? Porque tem tudo a ver com o momento. Em tempos normais íamos ver dezenas de pessoas aí caminhando, e hoje, olha como está o vazio e o silencio que a própria foto nos define. E lá distante o sol se despedindo triste, como tristes têm sido esses dias onde temos lutado contra o pior dos inimigos: o invisível...
Quando a gente olha para trás e vê uma vida tão normal, ficamos sem nada entender quanto ao que estamos passando e ao mesmo tempo cabe a pergunta: Até quando? E é aí onde está o “Xis” da questão. Mas, a esperança há de fortalecer a todos quanto precisem e estejam nos leitos dos hospitais, nas filas de espera, bem como, os que tiverem suas curas confirmadas. A todos eu quero cumprimentá-los, e da mesma forma, abraçar a tantos quantos tiveram perdas de entes queridos, familiares e amigos...
É por demais expressiva essa foto. Expressiva pelo ponto de vista da saudade, pelo seu conteúdo de beleza natural, onde podemos ver as belezas de nossa cidade em contraste com o Rio. Expressiva pelo seu conteúdo de ver céu e terra, interligados nesse esplendor, como se fosse ouro se espalhando pelos ares...
Quão sensível deve ser quem fotografou algo tão singelo e verdadeiro, que ao ver tamanha magnitude da natureza não resistiu e clicou sem deixar passar aquele momento que outro igual não haverá...
O que responderiam aquelas árvores que todos os dias presenciam a rara beleza desse entardecer... O que responderiam as águas doces e mansas do Rio São Francisco, tocadas com o calor ameno de um sol se despedindo após brilhar um dia inteiro...?
Quanta contemplação temos a fazer e a lembrar daqueles dias movimentados, onde aí funcionava uma grandiosa empresa de navegação, e porque não dizer também de construção naval, nos áureos tempos em que o Rio era nosso principal canal de comunicação para nos fazer chegar aos grandes centros urbanos, através dos saudosos vapores...
Que devaneios provocou essa imagem, que viagem no tempo ela conseguiu nos levar. A própria remetente não tem noção do bem provocado através do presente enviado de forma virtual e em tempo real, sim, porque hoje tudo é assim! Noutros tempos, seria uma foto revelada em papel couché... Quem vai levantar a mão e dizer que sente saudades? Impossível não sentir, mas, sinceramente, sou fã incondicional das novas tecnologias vigentes...
Na Praia do Jacaré, em João Pessoa, na Paraíba, na vida normal, todo final de tarde um saxofonista toma um barquinho e vai entoando o “Bolero de Ravel” celebrando os encantos da luz do sol que se recolhe, deixando a tantos turistas embevecidos. Sem dúvidas é um espetáculo de rara beleza e romantismo, que tive oportunidade de assistir e se tornar inesquecível para mim...
Mas, hoje, vendo a foto que ilustra esse texto, clicada despojadamente sem intenção artística nenhuma, posso garantir, a alguém que me perguntar: ONDE SERÁ ESSE SOL? Vou responder cheio de orgulho: é em Juazeiro, Bahia, Brasil.
Palavra final: Alguém disse: “O pôr do sol é a aquarela do céu.” Digo mais: é uma poesia do dia para a noite.
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.
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