O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o caos se instalará no país e "a fome vai tirar a população de casa" em razão das medidas de restrição adotadas por alguns estados. A declaração foi feita, nesta sexta-feira (19), na saída do Palácio da Alvorada a apoiadores.
O chefe do Executivo criticou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, relembrou episódio no começo da pandemia e disse que o povo não tem nem “pé de galinha” para comer e que a fome vai tirar o pessoal de casa”.
“O próprio governador do DF quando começou o lockdown, aqui, mostrou uma churrasqueira com uns pedaços enormes de picanha. 'Aqui ó, vou ficando em casa aqui e fazendo um churrasco'. O governador do DF mostrou isso daí. O povo não tem nem pé de galinha para comer mais. O caos vem aí. A fome vai tirar o pessoal de casa, vamos ter problemas que a gente nunca esperava ter, problemas sociais gravíssimos. Tenho mantido meus ministros informados de tudo o que vem acontecendo e ainda culpam a mim como se eu fosse um insensível no tocante a mortes, a fome também mata”, apontou.
O mandatário sinalizou ainda que pode adotar medidas “duras” caso o Supremo não decida a seu favor, mas não detalhou quais seriam. “Onde é que nós vamos parar? Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação social do governo federal dura no tocante a isso? Que que é dura? É para dar liberdade para o povo. É para dar o direito do povo trabalhar. Não é ditadura, não. Uns hipócritas aí falando em ditadura o tempo todo, uns imbecis. Agora, o terreno fértil para ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza, onde o homem com necessidade perde a razão. Estão esperando o quê? Vai chegar esse momento. Eu gostaria que não chegasse esse momento, mas vai acabar chegando”, disparou.
Ele comparou as medidas adotadas em lockdown com estado de sítio, disse que governadores estão matando pessoas e completou que caso a população desobedeça o toque de recolher, não vai enviar o Exército para fiscalizar. “O meu exército não vai para a rua cumprir decreto de governadores. Não vai. Se o povo começar a sair, entrar na desobediência civil, sair de casa, não adianta pedir o Exército que o meu exército não vai. Nem por ordem do papa. Não vai”, emendou.
Bolsonaro apelou para que a população tenha consciência e "não o critique apenas por criticar". Ele comparou o Brasil a um animal capturado por uma jiboia que luta para respirar e repetiu que aguarda uma sinalização positiva do STF em relação à Adin enviada nesta quinta-feira contra o toque de recolher adotado por governadores dos estados da Bahia, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
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