O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira (8). A cotação já vinha em alta desde o início dos negócios, em dia marcado pela força da moeda norte-americana no exterior em meio à alta dos rendimentos dos Treasuries (os títulos do tesouro dos EUA) e a perspectivas de aceleração da inflação.
O movimento, no entanto, foi acentuado depois que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato. Com a decisão, o ex-presidente Lula recupera os direitos políticos e volta a ser elegível.
Às 16h38, a moeda norte-americana subia 1,56%, vendida a R$ 5,7708. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 5,7846.
"A Bolsa perdeu praticamente 3.000 pontos em alguns minutos com a notícia pelo fator incerteza", disse o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos.
"Ao que tudo indica agora, a oposição ficará mais forte e o mercado teme principalmente quanto o atual governo terá que abrir mão de medidas liberais e partir para atos mais populistas para tentar uma reeleição. Esse cenário aumenta as preocupações com as questões fiscais e naturalmente vemos a curva de juros abrindo, o dólar estressando ainda mais e, consequentemente, a Bolsa para baixo", comentou.
O estrategista Gustavo Cruz, da RB Investimentos, apontou que a possibilidade do Lula se candidatar aumenta a polarização política, que, aos olhos do mercado, é o pior cenário. Olhando para os setores na Bolsa, ele disse que as estatais tendem a sofrer mais nessa situação.
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