Diante da iminente votação da MP 1031/2021 (Medida Provisória) na Câmara dos Deputados, proposto pelo Governo Federal, que prevê a privatização da Eletrobras/Chesf, o deputado estadual Zó fez requerimento, nesta quarta-feira, 3, à mesa diretora da Assembleia Legislativa da Bahia de uma Audiência Pública especial e urgente para debater com parlamentares e sociedade civil sobre os impactos que a entrega do patrimônio público à iniciativa privada terá na população do Nordeste e na gestão da água do Rio São Francisco.
Caso o Governo Bolsonaro consiga vender a Chesf, serão prejudicados, diretamente, concursados das Chesf (3.816 empregados), eletricitários, prestadores de serviços, pescadores, produtores agrícolas e trabalhadores da agricultura familiar, além de toda a população da região.
Criada em 1945 e constituída em 1948, a Chesf hoje congrega 12 hidrelétricas, sendo 8 no São Francisco, 2 no Rio de Contas(BA), 1 no Rio Parnaíba(PI) e 1 nos Rios Piancó e Aguiar(PB), fornecendo mais de 50 mil GWh de energia, além de uma usina térmica a Biocombustível.
"Não podemos deixar que este patrimônio se perca, assim, de mão beijada. Por isso, estamos entrando com uma solicitação de Audiência Pública especial na Assembleia Legislativa da Bahia para tratar deste tema, pois a MP 1031/2021 está pautada na Câmara dos Deputados e não vamos deixar que a Chesf seja entregue. O Rio São Francisco é nosso e vamos continuar lutando por ele", conclama o deputado Zó.
A Chesf é responsável pela geração de empregos, desenvolvimento social e tecnológico, geração de renda, política de meio ambiente, relação com a cultura regional e a história nordestina, e isto tudo pode desaparecer com a privatização da companhia.
"É um patrimônio do Nordeste. Está na história nordestina e continua tendo uma responsabilidade direta no desenvolvimento da região. Entregar esta instituição pública com alto valor de mercado a preço de banana, para agradar a empresários brasileiros e estrangeiros que não ligam para o nosso povo é um risco muito grande. Além disso, vender a Chesf é vender a água do São Francisco para alguém que pouco vai se importar. Nós não vamos permitir esta política de lesa pátria de Bolsonaro e Paulo Guedes. Como disse o ministro Ricardo Salles, estão aproveitando o momento de pandemia para 'passar a boiada' e vender o Brasil. Vamos à luta!", reitera o Zó.
Dentre a classe dos eletricitários, o momento é de tensão. "É uma empresa pública que, desde a sua existência, viabilizou e garantiu a energia imprescindível para os programas de industrialização e desenvolvimento de todo o Nordeste. Acumula profundo conhecimento técnico e de gestão das águas do Rio São Francisco - controle de vazão para uso múltiplo do Rio, por exemplo. Além disso, promove diversos programas sociais aos ribeirinhos. A Chesf é um símbolo para a Bahia e o Nordeste! O apoio e empenho do deputado Zó, é extremamente importante para promover o debate e convencimento da sociedade e classe política sobre os riscos que representa a entrega da Chesf e do Rio São Francisco ao capital estrangeiro", relata Fabian Gonçalves, funcionário da Chesf, em Salvador.
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