A operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (3) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), contra superfaturamento na compra de testes rápidos, cumpriu seis mandados de busca e apreensão na Bahia. De acordo com a Polícia Civil da Bahia, os mandados foram cumpridos em Salvador, Lauro de Freitas, que fica na região metropolitana, e no município de São Gabriel, na região norte.
Os alvos foram escritórios de advocacia, empresas de auditoria e consultoria, que segundo a polícia são investigados por possíveis crimes de fraude a licitações, lavagem de capitais, organização criminosa, por meio da aquisição de testes para detecção da Covid-19.
A Polícia Civil ainda destacou que, nos endereços onde os mandados foram cumpridos, foram coletados computadores, notebooks, pendrives, documentos, além de outros arquivos eletrônicos.
Todo o material apreendido será encaminhado para análise no Ministério Público do Distrito Federal.
Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão são cumpridos contra grupo investigado por fraudar compras de testes rápidos da Covid-19, na ação deflagrada nesta quarta. Essa é a quarta fase da Operação Falso Negativo.
Nessa etapa, os investigadores buscam "novas provas" sobre ilegalidades praticadas em uma dispensa de licitação de 2020 para compra de 48 mil testes rápidos do novo coronavírus. Não houve prisões em flagrante.
A suspeita dos investigadores é de que os testes foram superfaturados. De acordo com a apuração dos agentes, os testes foram vendidos por até R$ 187 e são de "qualidade duvidosa". Entretanto, em outro processo de dispensa de licitação, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), comprou o mesmo tipo de exame por R$ 73.
Em nota, a pasta informou que "tem colaborado com as investigações" e forneceu documentos necessários para a apuração dos fatos.
A operação identificou ainda que a dispensa de licitação analisada gerou "dispêndio" de mais de R$ 8 milhões. A reportagem apurou que, caso os testes fossem comprados no mesmo valor da licitação anterior, de R$ 73, seriam economizados mais de R$ 5 milhões.
A força-tarefa é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT. A investigação conta com apoio do Gaeco da Bahia e do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do DF.
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