No campo das Oposições em Pernambuco, as movimentações rumo a 2022 vão ganhando contornos mais definidos. Os potenciais candidatos já não se furtam a comentar o tema, mas há um risco latente que gera sombra para quase todas as alternativas desse conjunto: passar quatro anos sem mandato na hipótese de não vencer a disputa no ano que vem.
Em outras palavras, os prefeitos Miguel Coelho (Petrolina), Anderson Ferreira (Jaboatão) e Raquel Lyra (Caruaru), alternativas ventiladas para concorrer ao Governo do Estado foram reeleitos em 2020, o que equivale a dizer que, caso optem por renunciar e não saiam vitoriosos no pleito do ano que vem, terão que enfrentar um período de quatro anos sem mandato.
Leia-se: pela legislação eleitoral, precisarão renunciar seis meses antes da disputa e, na hipótese de uma derrota, não poderão encabeçar chapa majoritária na corrida de 2024. Ainda que mudem o domicílio eleitoral, o STF já se posicionou, vedando o prefeito itinerante. Teriam que aguardar, assim, até 2026. É um risco a ser assumido.
No caso de Miguel Coelho, o pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Jair Bolsonaro, estará encerrando o mandato em 2022 e considerar duas candidaturas do mesmo grupo numa mesma chapa majoritária é outro detalhe capaz de inviabilizar essa equação. FBC também tem nome ventilado para encabeçar uma chapa majoritária numa corrida pelo Campo das Princesas, o que reduziria as chances de a variável Miguel vir a ser adicionada nessa conta.
Em paralelo, Fernando também é cotado para concorrer, mais uma vez, ao Senado e, nesse caso, também se desenharia como natural um recuo de Miguel Coelho da disputa majoritária. Há, nas hostes socialistas, uma bolsa de apostas dando conta de que Fernando estaria fazendo o caminho de volta para a Frente Popular, cenário que Miguel nega estar no radar. No caso de Anderson Ferreira, aliados dizem que ele teria coragem de renunciar e arriscar passar um período extenso na planície. Raquel Lyra, que recebeu recentemente aval do PSDB para conduzir uma reestruturação do partido, pautada em filiações e atração de novos quadros, visando exatamente a 2022, teria que se submeter a esse mesmo risco. Os quatro anos no sereno são um detalhe no cálculo que pode dificultar a construção da chapa ou ajudar a afunilar as possibilidades. A conferir.
Prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ao tratar de 2022, registra que seria "natural" que o senador Fernando Bezerra Coelho "possa disputar a reeleição pelo MDB". FBC, diz ele, "estaria nesse direito". Indagado sobre como conciliar esse projeto de reeleição de FBC com uma eventual candidatura sua ao Governo do Estado, Miguel pondera: "Agora, também, pode ser que Fernando não seja candidato". Miguel fez a fala em entrevista recente à CBN Recife.
Antes de considerar a hipótese de Fernando não disputar a reeleição, Miguel disse o seguinte: "Se for o senador Fernando Bezerra Coelho (candidato à reeleição), vamos colocar Raquel (Lyra), Anderson (Ferreira), Lupércio, aqueles que tenham melhores chances de vencer o que aí está (governo Paulo Câmara)".
Ao pautar a possibilidade de Fernando não ser candidato à reeleição, Miguel indaga: "E, aí, será que cabe colocar um nome do MDB (para encabeçar uma chapa)?". E emenda: "Não sei. Essas respostas a gente não tem agora".
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