A crise provocada pelo coronavírus ameaça o futuro de pequenos e médios negócios e preocupa também trabalhadores sem carteira assinada que são os mais vulneráveis, de acordo com consultores de economia.
Nesta terça-feira a reportagem da RedeGN conversou no centro de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) com pessoas que estão preocupadas novamente com a posssíbilidade do fechamento do comércio.
"Eu tenho dois filhos para alimentar. Meu sustento depende de vendas no meio da rua. Já suportei nove meses parado, sem vender. Outro fechamento do comércio é desesperador", diz o vendedor ambulante Francisco de Assis Nascimento.
Gerentes de lojas e funcionários também estão "vendo o possível fantasma do fechamento do comércio". O vendedor de café, Zacarias de Melo, disse que a situação é desesperadora. "Tenho amigos que trabalham em bares e restaurantes e que dependem do comércio aberto para garantir o pão de cada dia".
A maioria dos vendedores de lojas e ambulantes acusaram "poucas vendas e os desafios já expostos naturalmente". Izaias Rodrigues aponta que "mesmo assim ainda garante o alimento do dia".
A pandemia de coronavírus mudou o funcionamento de cerca de 7 milhões de pequenas empresas no Brasil, o que equivale a 31% do total. Outras 10,1 milhões, interromperam as atividades temporariamente. É o que mostra pesquisa o impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae ano passado.
Ainda que tenha afetado a todos os setores da economia, a pandemia foi mais devastadora para os pequenos comerciantes em todo o Brasil. Foi o que disse ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto.
O presidente da CDL avisou que o risco para as pequenas empresas é também um risco em cadeia, para trabalhadores que, inclusive, deixam de ser consumidores em potencial. "Só que nós temos que ter um cuidado, as empresas do Simples (Nacional), esses pequenos comerciantes, são as que mais empregam. Se nós matarmos esses pequenos comerciantes, nós estamos matando o emprego", evidenciou.
O receio das pessoas entrevistadas em Juazeiro e Petrolina é devido os últimos boletins apresentados. O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de segunda-feira (22) registrou que o percentual de ocupação dos leitos para Juazeiro na rede PEBA (hospitais de Pernambuco e Bahia) é de 85%, com 18 leitos disponíveis. Somente em Juazeiro, 80% dos leitos para pacientes com covid-19 estão ocupados. A rede municipal tem 6 leitos disponíveis.
O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB) falou sobre a alta na taxa de ocupação dos leitos de UTI na cidade e pediu o apoio da
população para conter o crescimento da Covid-19.
"A luz amarela ligou". Dessa forma, o prefeito Miguel Coelho iniciou um pronunciamento sobre os dados de internação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Petrolina em decorrência da pandemia do coronavírus. A cidade atingiu 73% de ocupação dos leitos para o tratamento de casos mais graves, indicando o risco para o atendimento na rede de saúde.
O comitê de combate ao coronavírus irá se reunir com o prefeito nesta terça (23) para apresentar novos números da evolução da pandemia. Além disso, o gestor sertanejo informou que pretende discutir ações conjuntas com outras cidades e o Governo do Estado para conscientização, fiscalização em pontos de grande movimentação urbana, além do reforço na saúde.
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