Apoiadores do deputado federal Daniel Silveira (PSL) que se manifestavam em frente à sede da Polícia Federal, onde ele está preso desde a noite de terça-feira (16), agrediram um homem que levava um cartaz em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco.
Na campanha, Daniel Silveira ficou conhecido por quebrar uma placa com o nome da parlamentar.
A confusão começou em frente a uma das entradas da PF. Um apoiador de Daniel Silveira discutiu com o homem que carregava a placa de Marielle e arremessou o objeto. O dono da placa correu atrás e, ao pegá-la, foi derrubado e agredido com um golpe "mata-leão".
A agressão ocorreu em frente à imprensa. Repórteres e fotógrafos tentaram acalmar os ânimos e foram hostilizados pelos apoiadores de Daniel Silveira.
Logo após a confusão, a Polícia Militar esteve no local e tirou fotos. Em seguida, os militares passaram a acompanhar o local de longe.
André Rios, advogado de Silveira, chegou a falar com os apoiadores para que eles fizessem a manifestação num local mais afastado, mas os manifestantes continuaram lá.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) passou a madrugada desta quarta-feira (17) preso na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Zona Portuária da cidade. Ele foi preso em flagrante na noite de terça (16). O parlamentar divulgou um vídeo no qual faz apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defende a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é inconstitucional.
Silveira nega que tenha cometido crime. Em nota, ele afirma ser “evidente o teor político da prisão”.
“A prisão do deputado representa não apenas um violento ataque à sua imunidade material, mas também ao próprio exercício do direito à liberdade de expressão e aos princípios basilares que regem o processo penal brasileiro”, escreveu a defesa.
No vídeo, Silveira ataca seis ministros do Supremo: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes definiu que o mandado deveria ser cumprido "imediatamente e independentemente de horário por tratar-se de prisão em flagrante delito".
O ministro determinou que o YouTube retire o vídeo do ar, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, e ordenou que a polícia armazene cópia do material. A decisão deve ser analisada pelo plenário do STF na sessão desta quarta.
Mesmo em flagrante e por crime inafiançável, a prisão de um deputado federal precisa passar pelo crivo da Câmara. Na decisão, Moraes diz que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deve ser "imediatamente oficiado para as providências que entender cabíveis".
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