A Diocese de Juazeiro realizou na manhã desta Quarta-feira de cinzas (17) uma Coletiva de imprensa onde apresentou a Quaresma e a Campanha da Fraternidade 2021.
A coletiva aconteceu de forma online por conta da pandemia da COVID-19 e contou com a presença do Bispo diocesano Dom Beto Breis, diversos jornalistas da região do vale do São Francisco e membros da Pastoral da Comunicação (Pascom) de diversas paróquias.
Durante o encontro, realizado pelo aplicativo Google Meet, Dom Beto Breis apresentou os principais objetivos da Campanha da Fraternidade, que este ano tem como tema "Fraternidade e Diálogo" e o lema "Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade". A novidade deste ano é que a Campanha é realizada de forma Ecumênica, com a participação de igrejas evangélicas e ortodoxas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC). A última realizada nesse formato tinha sido em 2016.
"Mais do que nunca, em uma sociedade marcada pela polarização, pela violência e pela diversidade, precisamos incentivar a cultura do diálogo e da não-violência", ressaltou Dom Beto. "Muitos infelizmente ainda se questionam o porquê de a Igreja católica, e agora outras Igrejas cristãs, refletirem sobre temas sociais na quaresma. Mas a Igreja não pode ficar alheia aos problemas da sociedade, aos problemas das pessoas. A conversão passa pela fraternidade, por tornar o mundo mais fraterno".
Como a Campanha deste ano é realizada de um modo ecumênico, Dom Beto adiantou que um grupo de pastores evangélicos da região já foi contactado para trabalhar juntos com a Igreja católica na promoção do tema do diálogo. "Estamos planejando para os dias que antecedem a festa de Pentecostes, em maio, quando será a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, realizarmos um momento de oração junto com esses pastores, representando nossos irmãos evangélicos", disse o bispo.
Respondendo a perguntas dos jornalistas sobre algumas oposições que a Campanha deste ano tem enfrentado por parte de grupos nas redes sociais, Dom Beto ressaltou que as críticas se devem ao desconhecimento de fato do texto-base da Campanha e revelam que mais do que nunca o tema do diálogo é urgente. "Através das redes sociais, muitos hoje tem espalhado o ódio, acusações, muias vezes sem o devido conhecimento de causa. A defesa que a Igreja faz das minorias e daqueles que sofrem é fundamentada no Evangelho e em sua Doutrina social. Isso mostra o quanto essa campanha e o tema do diálogo são importantes para a sociedade hoje em dia", respondeu.
A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa que vem sendo realizada pela Igreja católica no Brasil desde a década de 1960. Teve origem no Nordeste (na Arquidiocese de Natal) e depois foi assumida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, trazendo sempre temas de caráter social, convidando os cristãos a uma conversão integral e à solidariedade, sobretudo no tempo da Quaresma. Desde o ano 2000, a cada cinco anos em média, a Campanha tem sido realizada de forma ecumênica, através do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC).
A Quaresma é um tempo litúrgico de 40 dias em preparação para a Páscoa. Na Igreja católica este tempo é vivenciado desde o século IV e tem início na quarta-feira de cinzas e vai até a Semana Santa. Neste tempo os cristãos são chamados a um empenho maior pela conversão, através da oração, do jejum e da caridade. Dentro da dimensão da caridade é que se inclui a Capanha da Fraternidade.
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