Experimento realizado na fase preliminar da pesquisa utilizando espectroscopia. / Foto: Arquivo do pesquisador
A testagem em massa é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das estratégias para proteger a população durante a pandemia de Covid-19.
Em meio a esse contexto, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) teve uma proposta de pesquisa, que visa elaborar um novo tipo de teste rápido, aprovada para ser realizada com apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), por meio do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS-PE).
O projeto, coordenado pelo professor do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel) Rodrigo Pereira Ramos, pretende desenvolver um teste portátil, com baixo custo, boa confiabilidade e uso prático, baseado em inteligência artificial.
O PPSUS-PE tem o objetivo de apoiar atividades de pesquisa que promovam a melhoria da qualidade da atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). A Facepe divulgou o resultado final da seleção para o Programa na última segunda-feira (1º). Ao todo, 30 projetos científicos foram aprovados para financiamento, entre eles o “Estudo de viabilidade e implementação de dispositivo para diagnóstico do SARS CoV-2 utilizando espectroscopia NIR”, proposto pelo docente do Cenel.
A equipe de pesquisadores conta também com os professores Daniel Costa e Ricardo Prates, respectivamente dos Colegiados de Engenharia Agrícola e Ambiental (Cenamb) e Engenharia Elétrica (Cenel) da Univasf; e do professor Eduardo Simas, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O dispositivo para diagnóstico do SARS CoV-2 que os pesquisadores pretendem elaborar se baseia na técnica de espectroscopia, que avalia a interação entre a luz e os materiais. Amostras utilizadas em testes RT-PCR fornecidas pelo Laboratório de Diagnóstico Molecular de Covid-19 da Univasf serão expostas a uma fonte luminosa especial. A interação entre as amostras e a luz fornecerá sinais, denominados de espectros eletromagnéticos, que poderão contribuir para distinguir os casos positivos e negativos, resultando no possível diagnóstico da doença.
A expectativa é que os estudos em laboratório tenham início nas próximas semanas. “Primeiramente, vamos realizar a coleta dos sinais através de um equipamento de espectroscopia que temos no laboratório. Então, desenvolveremos modelos de inteligência artificial para detecção da doença e, uma vez comprovando a viabilidade dos modelos, desenvolveremos um equipamento eletrônico portátil baseado em um sistema eletrônico embarcado”, explica o professor Rodrigo Ramos sobre as etapas do estudo e o desenvolvimento de um protótipo para o teste rápido.
De acordo com Ramos, a importância do desenvolvimento dessa pesquisa com apoio da Facepe está em mostrar que a Univasf está inserida no rol de instituições que desenvolvem pesquisas avançadas. “E para mim, como pesquisador, é importante pois mostra que estamos fazendo pesquisa de ponta e de qualidade, além de servir de motivação para continuarmos no caminho da busca de soluções por meio da ciência”, conclui.
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