Compreendemos que 2020 foi um ano atípico, foram nove meses de escolas fechadas. Os municípios individualmente trilharam os seus percursos para atender as suas redes de ensino, lançando mão de todos os recursos e plataformas disponíveis.
Nesse contexto adverso os professores foram os grandes protagonistas se reinventando em seu fazer docente, através da criatividade e com o recurso da tecnologia para conseguir chegar mais perto dos estudantes. Muitos professores precisaram vencer o analfabetismo digital para chegar até os estudantes com conteúdo de qualidade.
Segundo a última pesquisa TIC Domicílio, realizada em 2019, 70% da população está acessando a internet, no entanto esse acesso está presente apenas em 48% das casas da classe C e 14% das classes D e E. Sendo assim, os municípios têm como grande desafio refletir sobre como avaliar as aprendizagens dos seus estudantes. É necessário uma pausa para diagnosticar e identificar quais os caminhos que precisarão ser definidos, orientados e planejados e só assim continuar a caminhada com metas claras sobre o que precisa ser realizado, pois precisamos pensar no acolhimento, na ensinagem, na aprendizagem e na formação.
O ano letivo de 2021 bate à nossa porta trazendo muitas incertezas, pois ainda estamos mergulhados na pandemia, mas com um horizonte mais claro e definido se descortinando com a proposição da vacina a caminho. Ainda não existe uma clareza, se no retorno, as aulas serão presenciais, remotas, híbridas, assíncronas, síncronas, são tantos termos novos que acabamos incorporando à nossa rotina em tempo recorde, e que necessitam ser compreendidos e analisados diante do que cada um pressupõe ao processo de ensino e aprendizagem. O que nesse momento é condição indispensável é olhar para essa trajetória e analisar se todos os investimentos e ações, que foram traçados e efetivados, no momento de contingenciamento, geraram resultados.
O Conselho Nacional de Educação em seu parecer 11/2020 orienta no item 7.3, sobre a importância da avaliação: “A avaliação diagnóstica e formativa dos alunos no retorno às aulas presenciais busca avaliar o que o aluno aprendeu e quais as lacunas de aprendizagem”. O documento ainda ressalta que “o maior desafio é evitar o abandono escolar e reconhecer o esforço dos estudantes e equipes escolares para garantir o processo de aprendizagem durante a pandemia, em condições bastante adversas”.
Considerando as orientações normativas a avaliação dos estudantes precisa acontecer como maneira de intervir nas fragilidades, manter o que foi aprendido e ampliar o leque de possibilidades que o currículo legal vigente em nosso país a Base Nacional Curricular Comum – BNCC oferece como conteúdos aos nossos estudantes. O mais importante é que nenhum estudante fique para trás e que os professores tenham o suporte necessário para acompanhar essa nova realidade.
Michely Almeida-Psicopedagoga, psicopedagoga, mestre em Educação, Culturas e Identidades pela UFRPE e Fundaj. Atua como consultora pedagógica na editora Mundo Educacional
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