Integrantes da alta cúpula da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), o vice-presidente e CEO, Radamés Latttari, e o técnico da seleção masculina, Renan Dal Zotto, publicaram uma foto nesta quinta-feira (28), no Instagram, demonstrando apoio ao deputado federal Arthur Lira (PP-AL) ao segurar uma camisa do Brasil com o número 11 e o nome do político. A informação foi publicada pelo site Uol Esporte. Lira é candidato à presidência da Câmara dos Deputados e faz parte do grupo próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em setembro do ano passado, a CBV repudiou a fala da jogadora de vôlei de praia, Carol Solberg. Ao conquistar o terceiro lugar na primeira etapa do Circuito Brasileiro da modalidade junto com sua dupla, Talita, ela gritou "Fora Bolsonaro" na entrevista durante transmissão do canal fechado SporTV. Em meados de outubro, a atleta foi julgada e avertida pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD da entidade. Mas foi absolvida em 2ª e última instância em sessão realizada em novembro.
A CBV divulgou nota sobre a foto do VP e o técnico da seleção acenando para Lira. A entidade negou qualquer apoio político e que a imagem não representa o posicionamento institucional.
"A CBV é uma entidade que não tem preferências políticas ou partidárias e não se posicionou a respeito da disputa eleitoral na Câmara dos Deputados. A foto em questão não configura, em nenhum momento, apoio institucional da CBV ao deputado Arthur Lira. Não houve nenhum evento formal da entidade, e as manifestações de apreço foram feitas em ambientes estritamente pessoais, não representando a posição institucional da CBV. A camisa com o nome do congressista foi somente um presente a um deputado federal que sempre esteve ao lado de nossa modalidade", diz o comunicado.
A CBV é presidida por Walter Pitombo Laranjeiras, conhecido também como Toroca, de 83 anos. Ele foi reeleito no último dia 10 e seguirá no comando no quadriênio 2021 a 2025. O dirigente é influente em Maceió, terra de Arthur Lira, e já foi presidente do clube de futebol, CRB, em 11 ocasiões. Os ataques feitos pela entidade à Carol Solberg pela fala contra Bolsonaro aconteceram na sua gestão na entidade de vôlei.
Vale ainda destacar que a maior parte dos recursos da CBV são oriundos do governo federal e o contrato de patrocínio do Banco do Brasil vence em março. A reeleição de Toroca é a terceira em mandato consecutivo. A Secretaria Especial de Esporte tem indicado que vai negar qualquer certificação a entidades nessa situação e a confederação ficaria impedida de receber dinheiro público.
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