A hanseníase é um problema de saúde pública ainda nos dias de hoje. Com mais de 30 mil casos por ano, o Brasil é o segundo país do mundo com maior incidência dessa doença, ficando atrás apenas da Índia, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Condições precárias de saneamento, formação de conglomerados populacionais e falta de profissionais de saúde capacitados para fazer o diagnóstico explicam a tamanha propagação da enfermidade.
Uma pesquisa divulgada em outubro de 2014, pela Universidade de São Paulo (USP), revelou um dado importante: muitas das mulheres em idade reprodutiva afetadas pela hanseníase não são avisadas, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), sobre os riscos que uma eventual gravidez pode trazer para elas e para seus bebês.
Quase que 100% desconhece que ao engravidar, se não tiverem totalmente curadas da doença, podem sofrer um agravamento, colocando em risco também o feto, que fica mais propenso a nascer prematuro e com baixo peso.
Por isso, o Hospital Dom Malan, referência em saúde da mulher e da criança para a Rede Interestadual de Saúde Pernambuco-Bahia (Rede PEBA) chama a atenção nesse Janeiro Roxo sobre os riscos que a doença oferece.
A gravidez da paciente com hanseníase é mais delicada, pois ela apresenta uma infecção em um momento de baixa imunidade, que é a gestação. Sendo assim, além de abrir portas para outras enfermidades, aumenta a probabilidade da doença evoluir para estágios mais avançados, que podem afetar órgãos nobres, como rins, baço e fígado, ameaçando inclusive a vida da mãe e da criança.
Para engravidar, portanto, seria necessário esperar a cura total — que é, sim, possível quando a hanseníase é precocemente diagnosticada. De qualquer forma, em caso de gravidez durante o tratamento, a recomendação é que ele não seja suspendido. Mas a assistência de um obstetra e de um dermatologista (especialista que trata a hanseníase) durante toda a gestação é fundamental.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a identificação da hanseníase envolve uma avaliação clínica do paciente. O médico também pode solicitar uma biópsia de fragmentos da pele ou exames laboratoriais para medir a quantidade de bacilos. Em casos leves, ou seja, quando a taxa da bactéria é baixa, o tratamento feito por meio de poliquimioterapia — na qual são administradas duas ou mais drogas — dura seis meses; já quando é alta, pode levar cerca de um ano.
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