Nada mais surreal do que imaginar uma passagem de ano em que há restrição em se abraçar um parente ou um amigo, e mesmo certa reserva em fazer uso da tradicional frase: FELIZ ANO NOVO! Essas são as formas mais emblemáticas para caracterizar essa festa! Mas, o calor desse esperado abraço está inibido pelo protocolo oficial e não recomendados pelos princípios da prudência e da sensatez. Assim, os bons votos parecem estar carregados da energia negativa que está a envolver as pessoas nos dias de hoje, e a fortalecer a dúvida se algo realmente vai mudar para melhor no Novo Ano. Acredito que, pela primeira vez nos últimos 100 anos, a data de 31 DE DEZEMBRO chegou acompanhada pelo tormento causado por essa silenciosa e inusitada praga!
Nada mais cruel para o sentimento de amor e afeto humano, do que ter de viver num recomendado isolamento social, às vezes quebrado pelas necessidades mais imediatas ou por fugas manhosas impostas pelo coração, sempre com o amparo do forte argumento defensivo: “estávamos todos com máscara”!
Estava imbuído da prazerosa intenção de que cada palavra da presente crônica fosse o reflexo do otimismo e da esperança, e que nada pudesse lembrar ao leitor que um dia tivemos COVID-19. Todavia, como estamos sob os efeitos de uma simbiose de emoções, é impossível dele não lembrar, ou a ele vincular palavras e pensamentos.
A trajetória de vida durante os últimos 10 meses – março a dezembro -, foi marcada pela busca incessante para encontrar explicações e extrair lições sobre cada fato novo surgido diante do olhar atônito de todos. “Aprendemos que tínhamos sapatos e vimos que só precisávamos de um chinelo para ficar em casa. [...] Aprendemos que o sol cura tudo e tem de sobra a Vitamina D que estava escassa (D, de Deus, de dividir). [...] Vi pobre e rico contraindo o vírus, independente se morava na favela e não lavava as mãos porque não tinha água e sabão; o rico com água aquecida e álcool gel por toda a casa, morrendo porque o seu pulmão não tinha o oxigênio a que nunca dera valor, e que era gratuito. [...] Seria Deus nos ensinando a valorizar o simples, o importante, e nos ensinando a sermos melhores?” (Autor desconhecido).
Vencida essa etapa de 2020, em que se alcançou a triste marca de quase 200 mil mortes no país pelo vírus, não poderia omitir um registro de justiça em favor da classe médica, heróis anônimos de incansável dedicação e carinho na luta para salvar a vida dos infectados, e em cuja batalha muitos perderam a sua própria! A todos eles o nosso aplauso e reconhecimento.
Pelo menos um novo cenário se apresenta para 2021, com o advento das diversas Vacinas já em fase de aplicação. Acredito na Ciência e nos valorosos cientistas que dedicam as suas vidas de forma imensurável na pesquisa da vacina que possa combater esse vírus e viabilizar a volta da normalidade à vida de todos. Para desprestigiar o trabalho dos laboratórios, em razão da pressa em chegar aos resultados, os incautos críticos se esquecem que não se pode comparar o avançado grau de desenvolvimento da ciência de hoje, com o existente há 70 anos. E mais: a população não tem nada a ver com brigas e intrigas de caráter ideológico ou de cores, pois é isso que se apresenta, no momento, quando se fala na vacina. Só sabemos que, mesmo em caráter de aplicação emergencial com 80 ou 90% de segurança, isso é ainda melhor que a continuidade da matança pelo mundo!
Que a Luz Divina resplandeça ao longo do NOVO ANO DE 2021 sobre toda a humanidade, iluminando as ações dos governantes para que não politizem e evitem a exploração do populismo sobre uma terrível tragédia. Recomendável é que todos façam a sua própria análise introspectiva, onde a vaidade e os sentimentos menores cedam lugar ao NOVO MUNDO que agora se iniciou.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.