Chegou o Natal e se aproxima a passagem do Ano, e vem se confirmando o esperado: comemoração fria, triste, desmotivada, sem os abraços empolgados entre os poucos familiares presentes, e sem a participação tradicional dos amigos mais íntimos. Sempre se afirmou que o Natal é uma Festa de Família. Mas, para evitar a aglomeração, o encontro natalino deste ano ficou restrito aos da casa e, no máximo, os filhos e netos da mesma cidade.
Muitos parentes e amigos tiveram de construir o seu próprio Natal. Essas medidas necessárias quebraram o deslumbramento dessa tão bela e esperada festa. E logo a festa da irmandade, a qual o mundo tanto precisa!
Ao longo da história, a humanidade já passou por experiências igualmente amargas ou, talvez, de sofrimento até com maior intensidade, face a Pandemias similares que mataram muitos milhões de pessoas pelo mundo à fora, da Antiguidade ao período Medieval. A geração do presente, mesmo na faixa etária mais amadurecida, não alcançou os efeitos terríveis da última Pandemia, denominada de Gripe Espanhola, surgida nos tempos da 1ª. Guerra Mundial em 1918-1919. Apesar do nome atribuído há informações que a sua origem ocorreu na China ou EUA, uma vez que o primeiro afetado foi um soldado americano. Estima-se que ocorreram entre 20 e 40 milhões mortes!
É importante ativar a memória de nossa gente, para lembrar que além do COVID-19 e da Gripe Espanhola, em 1348 ocorreu a pior epidemia chamada de Peste Negra ou Peste Bubônica, que assolou a Europa e a Ásia no século 14, que em dois anos matou um terço da população europeia, estimada em 75 milhões de pessoas. A peste foi transmitida por uma bactéria, que teve como portadora a pulga do rato.
Por força do advento do COVID-19, calcula-se que até o final do ano o Mundo poderá atingir até 2,8 milhões de mortes, se preservadas as medidas restritivas de controle, principalmente o uso das máscaras. Evidentemente que o fato mais relevante e significativo, é tentar medir o tamanho da dor e do sofrimento passado por milhões de pessoas, por vidas perdidas dos entes queridos. De outra parte, é bastante difícil de se avaliar a extensão das grandes transformações que impactaram a vida da sociedade, em todos os níveis que se possa imaginar.
O normal de ontem não mais existe e o normal de amanhã é ainda uma grande incógnita. O que está bem visível é que cada indivíduo está buscando se reinventar em todos os sentidos. De repente, aquela atividade profissional que era desenvolvida em escritórios bem equipados dos grandes Centros Empresariais, foi transferida para o aconchego do lar, sob o incentivo do carinho ou o choro das crianças, o apoio estimulante da esposa, e até mesmo os afagos e latidos do cão de estimação. Essa criatividade passou a se chamar pomposamente de “Home Office”.
Pela foto da ilustração percebe-se que a prevenção prioritária, já naquela época, 102 anos atrás, era o uso da máscara, mesmo na simplicidade do modelo. Nos dias atuais, há um relativo nível de adesão ao seu uso pela grande maioria da população, e é visível que a modernidade atual atribuiu à máscara a vaidade dos modelos bem estilizados, sofisticados e bem produzidos. Incontestavelmente, uma forma bem humorada de encarar os rigores da crise que afeta a todos. E é aí que se caracteriza a máscara em dois tempos. Mas o que esperar de um povo que leva tudo na esportiva? E ai de nós que não levássemos! Falar nisso, o bate-boca sobre a vacina já acabou? Porque, enquanto em alguns lugares do mundo milhões de pessoas já foram vacinadas, por aqui ainda se discute: “Quem surgiu primeiro? Foi o ovo ou a galinha”?
Que o advento da vacina em todo o mundo assegure para 2021 um ano de restabelecimento da fé, da confiança e do trabalho, e com uma proteção completa e irreversível contra esse vírus e suas já anunciadas mutações.
Desejo expressar a todos os meus leitores semanais, votos de um Feliz Ano Novo, com extensão especial aos Editores do Blog e seus eficientes funcionários colaboradores.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
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