A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou campanha para alertar sobre os riscos do agendamento de cesarianas desnecessárias. Dados da agência reguladora apontam que nos últimos cinco anos houve um aumento de cesarianas na semana que antecede o Natal, indicando antecipação do parto.
Com a campanha #BoaHora: respeite o tempo de nascimento do bebê!, a agência pretende estimular a mudança deste cenário. Segundo a ANS, em 2019, a média semanal de partos cesáreos realizados na saúde suplementar de 16 a 23 de dezembro ficou em 6.049, caindo para 4.176 na semana de 24 a 31 de dezembro (queda de 45%).
Em 2018, a mesma relação foi de 5.575 para 4.545 (queda de 23%); em 2017, de 8.760 para 6.750 (queda de 30%); em 2016, de 5.688 para 4.419 (queda de 29%); e em 2015, de 9.009 para 7.235 (queda de 25%).
A agência reguladora aponta que cesáreas sem indicação clínica podem contribuir para hemorragias, dificuldades na adaptação à amamentação e infecções puerperais. Para os bebês são mais frequentes prematuridade, hipoglicemia, icterícia e dificuldade de manter a temperatura corporal.
“De forma mais clara, como toda cirurgia, cesáreas apresentam riscos inerentes a procedimentos cirúrgicos e deveriam, portanto, ser realizadas apenas quando necessárias, do ponto de vista médico, com recomendações calcadas em evidências científicas. A ANS pretende, através da campanha, esclarecer que, em geral, o mais seguro para bebê e gestante é o bebê nascer no tempo dele”, explica o diretor de Desenvolvimento Setorial Substituto da ANS, César Serra.
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