A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é uma das aves mais raras do mundo. Nativa da região da Caatinga, a espécie é considerada extinta na natureza há quase 20 anos.
A ave sumiu da natureza devido ao tráfico de animais e comércio ilegal, e pela degradação da Caatinga que reduziu ainda mais o seu hábitat. Mas ainda há esperança de ver a ararinha voar livre mais uma vez na Caatinga brasileira: em março de 2020, chegaram ao Brasil 52 ararinhas-azuis repatriadas (49 oriundas da ACTP, na Alemanha, e três do Zoológico Pairi Daiza na Bélgica).
As aves estão em um centro de reprodução na cidade de Curaçá, Bahia. O recinto foi construído especialmente para manter o acompanhamento das aves até que elas sejam reintroduzidas na natureza, em um futuro próximo. Os aviários possuem dupla camada de proteção, ao passo de permitirem que as aves tenham contato com o clima da Caatinga; essa grade também protege as ararinhas-azuis de outros animais.
As aves iniciam agora seu processo de preparação para soltura, com a adaptação ao clima e alimentação.
Serão oferecidos gradativamente mais frutos e sementes da caatinga para quando forem soltas saberem o que comer. O processo de isolamento dos humanos é fundamental nesta fase para evitar que fiquem mansos e de fácil captura por traficantes, sendo assim, visitas ao Centro são restritas.
A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham algumas aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com suas "irmãs", as maracanãs (outra espécie de psitacídeo que possui hábitos semelhantes às ararinhas-azuis), sem descontinuar o aumento populacional também em cativeiro.
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