Os vereadores da Bancada de Oposição de Petrolina tiveram as falas interrompidas durante sessão ordinária desta quinta (05). A decisão unilateral foi tomada pela mesa diretora da Câmara de Vereadores para impedir que fossem feitas críticas à gestão municipal e à falta de infraestrutura, evidenciada pelo caos que se instaurou na cidade após as recentes chuvas, e que tanto sofrimento e prejuízo causaram à população em decorrência de obras de pavimentação mal executadas e ausência de drenagem.
A sessão começou às 9h e terminou pouco depois das 10h, um fato curioso, uma vez que, costumeiramente, a sessão se estende em debates e discussões prolongadas. Outro detalhe que os vereadores da Bancada de Oposição questionam, é a falta de compromisso com o povo de Petrolina, pois, além de ter ficado bastante tempo sem sessão ordinária presencial, em função da pandemia do Novo Coronavírus, com o retorno das atividades presenciais, no mês de agosto, passaram a realizar apena uma sessão por semana, contrariando o regimento interno da Casa que prevê, no mínimo, duas sessões semanais.
Os pronunciamentos dos vereadores foram vetados. “O presidente da Casa impediu que usássemos o tempo regimental de três minutos para discutirmos os problemas de Petrolina, que além dos ocasionados pelas chuvas, tem outros muito graves e que nós vereadores temos a responsabilidade e o compromisso de debater, mas fomos cerceados pela política mesquinha e irresponsável de vereadores da bancada governista”, frisa o vereador Gilmar Santos.
Já o vereador e líder da Bancada de Oposição, Paulo Valgueiro, destaca que é mais uma prova da subserviência de vereadores que não exercem o seu papel de defender os interesses do povo e trata o Legislativo como um puxadinho da casa do prefeito Miguel Coelho. “As sessões agora na Câmara são relâmpagos e nós não aceitados que sejam cerceadas as palavras dos vereadores. Vereador é para defender o povo e não para baixar a cabeça e dizer amém ao prefeito. A tribuna da Casa Plínio Amorim é o lugar ideal para fazermos essa defesa. Fomos impedidos ao solicitarmos espaço para apresentar os problemas de Petrolina e buscarmos uma solução para o nosso povo que está sofrendo as consequências das chuvas e da má gestão do dinheiro público”, cita Valgueiro, acrescentando que Petrolina merece um Legislativo independente.
Com pouco mais de uma hora de sessão, o presidente da Casa, Osório Siqueira, ordenou que os microfones fossem desligados e encerrou abruptamente a sessão.
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