O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou o segundo lockdown nacional depois que o Reino Unido alcançou 1 milhão de casos de Covid-19. Estabelecimentos comerciais não essenciais ficarão fechados durante um mês. Isso se aplica a serviços de lazer, entretenimento, além de bares e restaurantes -- com exceção de entrega.
Mas, ao contrário do primeiro bloqueio, escolas e faculdades poderão permanecer abertas. A construção civil e as indústrias também continuarão em funcionamento. O lockdown entrará em vigor na quinta-feira (5) e se estenderá até 2 de dezembro. A decisão de decretar o fechamento de lojas foi tomada depois de estudos sugerirem que o Reino Unido está a caminho de ter mais mortos na segunda onda da doença do que na primeira.
"Nenhum premiê responsável ficaria sem agir", afirma Johnson, em entrevista coletiva. "Temos que ser humildes frente à natureza, o vírus está se espalhando mais rapidamente do que os modelos previam. A falta de macas obrigará médicos e enfermeiras escolher entre pacientes com e sem Covid, se não agirmos."
No sábado, o Reino Unido registrou 21.915 novos casos confirmados de coronavírus, elevando o total para 1.011.660 desde o início da pandemia. Além disso, 326 pessoas morreram no prazo de 28 dias depois que o teste deu positivo.
"Não vamos voltar ao bloqueio total de março e abril, as medidas que descrevi são muito menos primitivas e menos restritivas. Embora, receio, a partir de quinta-feira a mensagem básica seja a mesma: fique em casa, proteja o NHS (serviços de saúde) e salve vidas", afirmou Johnson. "O Natal vai ser diferente este ano, talvez muito diferente, mas é minha sincera esperança e convicção de que, tomando medidas difíceis, podemos permitir que famílias em todo o país estejam juntas."
O Reino Unido é o nono país a atingir a marca de 1 milhão de casos - após os EUA, Índia, Brasil, Rússia, França, Espanha, Argentina e Colômbia.
"Há avanço virtualmente em todo o país. Temos cerca de 50.000 novos casos por dia, e esse número está aumentando", afirma Chris Whitty, chefe-médico do governo.
"Se não fizermos nada, o resultado inevitável significará que esses números irão aumentar e, eventualmente, excederão o pico que vimos na primavera deste ano. Agora temos vários hospitais com mais pacientes internados com Covid do que tínhamos durante o pico da primavera", afirma Whitty.
O diretor científico, Sir Patrick Vallance, diz que, se nada for feito, o pico acontecerá em seis semanas, ou seja, em dezembro.
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