Morreu ontem (22) na zona rural de Exu, o mestre Luizinho dos Couros. Nascido no dia 08 de outubro de 1928, tinha o nome de bastimo Luiz Antonio Sobrinho. No ano de 1954 confeccionou os primeiros gibões e chapeus de couro para Luiz Gonzaga, naquele período conhecido com o título de Rei do Baião e uma das principais atrações da Rádio Nacional.
Capistrano de Abreu, célebre historiador cearense, denominou a formação cultural sertaneja, fruto da miscigenação das raças branca, indígena e negra, como civilização do couro.
Seu Luizinho dos Couros é citado na tese de mestrado da doutora Gláucia Maria Costa Trinchão, Universidade Estadual de Feira de Santana. Conforme teve a informação com Seu Luizinho dos Couros, do Sítio Batentes, Exu –PE, o primeiro “alfaiate de couro” do Rei do Baião, a encomenda surgiu com um detalhe importante: desenhar uma coroa no chapéu e fazer um terno de vaqueiro completo, um encouramento investido. Seu Luizinho conta com riqueza de detalhes
Seu Luizinho relatou que desenhou a coroa estrelada de oito pontas no chapéu de Luiz Gonzaga decalcando a ilustração de uma lata de óleo, a Óleo do Reino, para o rei e agregou duas miniaturas de punhais.
No livro Glaucia articula as relações entre os Desenhos de Couro, sua relevância histórica e sua importância na constituição do discurso regionalista sobre o nordestino, através do redesenho de seus usos feito por Luiz Gonzaga do Nascimento, o “Lua”, Rei do Baião. A releitura ou redesenho da imagem do nordestino a partir da aparência de Luiz Gonzaga nasce das circunstâncias de perpetuação dos desenhos de couro, familiares, na virada do século XX - quando Luiz Gonzaga convivia com mestres de couro e vaqueiros.
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