Garrafa de água na mão e aquela sombrinha preciosa. “Principalmente porque nós moramos em um estado que é muito quente e aí é sempre importante a gente se hidratar”, destaca Antônio Nero, professor.
Para quem trabalha exposto ao sol, como a Isabel, todo cuidado é pouco nesse período. “Água todo tempo. A gente anda sempre com um litro de água gelado”, conta Isabel Cristina Cruz, gari.
No Piauí, a época mais quente do ano é conhecida como B-R-O BRÓ, por causa da terminação dos últimos quatro meses: setembro, outubro, novembro e dezembro. É um teste de resistência. “Essa semana eu quase passei mal na fila de um banco por conta da quentura muito grande”, diz Missiane Nascimento, autônoma. “Cansaço, fadiga, aquele mal-estar”, conta outra mulher.
O nome disso é disautonomia, mais conhecido como passamento, aquela sensação de mal-estar provocada pelo excesso de calor, que pode vir acompanhada de tontura, visão turva e até desmaios. Algo bem comum nessa época do ano, que pode ter efeitos mais severos em quem já tem algum problema de saúde.
A professora Bruna Carvalho é um exemplo. As crises provocadas pela enxaqueca crônica costumam se intensificar no calor. “Passo bastante mal por causa do aumento de temperatura, principalmente em lugares fechados e abafados. Sinto náusea, tontura, enjoo, calafrio. Quando isso acontece, se eu estou na rua, eu procuro um lugar mais arejado possível, de preferência que tenha ar-condicionado”, explica.
A jornalista Mariseh Marques não mora em Teresina, foi fazer exames de rotina. Ela só não contava que iria passar tão mal por causa da alta temperatura na cidade. “Eu senti meus lábios muito ressecados, muita sede. Se eu não tivesse ido para um ambiente com ar-condicionado, eu realmente não teria conseguido dormir. Eu nem sei o que teria acontecido”, conta.
“No nosso meio, em que somos submetidos diariamente a uma temperatura superior a 40 graus normalmente, o organismo passa por uma série de desequilíbrio. E, associado a isso, às altas temperaturas, essa nossa nova vida de pandemia, de estresse, de longos períodos sem uma ingestão adequada de líquidos, podem ocorrer quadros em jovens de uma desregulação autonômica, daí a maior prevalência de episódios de desmaios nessa época do ano”, explica Elisário Cardoso, cardiologista.
Cada um tem uma estratégia para enfrentar o calor extremo. Mesmo assim, nunca é demais seguir as recomendações dos especialistas. "Além da alimentação balanceada, uma hidratação vigorosa e evitar permanecer no sol durante muito tempo e também posição de pé com duração superior a 30 minutos", destaca o cardiologista.
E já que a temporada de calor vai durar pelo menos mais dois meses, o jeito é encarar essa sensação de forno na esportiva. “Teresina é meu amor. Teresina é minha flor. Teresina, você é a capital do bom humor e do calor”, brinca a aposentada Maria José.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.