População ribeirinha do rio São Francisco tem vivido um período de bonança, depois de mais de dez anos

20 de Oct / 2020 às 22h15 | Variadas

A população ribeirinha do rio São Francisco tem vivido um período de bonança, depois de mais de dez anos. As águas do Velho Chico voltaram a alegrar o sertão nordestino. Estava na hora, foram dez anos de seca. A natureza foi generosa entre o fim de 2019 e abril deste ano. As chuvas que caíram em Minas e na Bahia encheram o reservatório de Sobradinho, que em maio, estava com 93% da capacidade, a maior dos últimos 10 anos.

Há três meses a água chega com fartura também na represa de Xingó. Bem diferente de alguns anos atrás. Em 2017, Sobradinho, a principal represa do São Francisco, na Bahia, ficou só com 2% da capacidade. Em Alagoas e Sergipe, a vazão caiu de 1.300 para 550 metros cúbicos por segundo. Em alguns trechos, quase não se via mais água.

"Tivemos aqui muitas situações difíceis. Como a diminuição de pescado, como a navegação comprometida de grandes embarcações, e isso fez com que aparecesse também diversas ilhas, diversos bancos de areia", diz Jairo Oliveira, turismólogo.

Com os lagos cheios, a água vai sendo liberada aos poucos e, agora, a vazão em Xingó é de 2.500 metros cúbicos por segundo, melhorando a correnteza do rio e as condições de vida da população ribeirinha.

Esperança para os pescadores, que voltaram a encontrar peixes que tinham sumido do rio. "A pilombeta, a carapeba, o robalo são peixes que eram escassos para a gente aqui, e até mesmo a pilombeta tem uns 15 anos que não aparecia e agora voltou a aparecer de novo", diz Luiz Carlos dos Santos, pescador.

E ainda pode melhorar: a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) já tem a permissão dos órgãos reguladores para aumentar a vazão se houver a necessidade de gerar mais energia. Com mais água, atravessar o rio navegando já está bem mais rápido e seguro.

“Com isso, todo o baixo São Francisco ganha, o meio ambiente ganha, o abastecimento, toda a biota do rio São Francisco, que essa água é muito bem-vinda para todos", diz Maciel Oliveira, vice-presidente Companhia Bacia do Rio São Francisco.

“Esse rio é o coração da região aqui, todo mundo gosta do rio. A região só existe por conta do rio e todo mundo fica feliz, é um rio amado o Rio São Francisco", conta Josimar Oliveira Tavares, piloto de lancha.

JN

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