Para ser um bom professor não basta dominar o conteúdo da lição diária, mas também trabalhar a eficiência do método para ministrar o conhecimento, seja nas salas de aula, nas bibliotecas ou no ensino pelas telinhas, turbinado pela pandemia do novo coronavírus. Este ano tem imposto um grande desafio para os profissionais que dão a vida para ensinar.
As medidas de isolamento social para conter a COVID-19 estamparam a necessidade de novas técnicas de lecionar para as quais não havia preparo na rede pública. Com isso, os mestres tiveram de se reinventar.
O ensino remoto trouxe, além da dificuldade de manter a atenção dos alunos, o aperto da evasão escolar. É o que avalia o professor de filosofia, Douglas Barbosa Veloso. “O fenômeno que temos visto cada vez mais é o da evasão escolar, e este ano de pandemia potencializa isso. Na escola pública é mais agravante porque lida com realidades mais carentes”, afirma.
Em março deste ano a reportagem da redeGN, destacou o Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (antiga Escola Agrotécnica), uma das pioneiras na oferta do Curso Técnico em Agroecologia e um exemplo na busca de superações.
O CETEP conta com professores e especialistas nas diversas áreas. São docentes com grau de especialistas, mestre e doutores de notório saber.
A professora Janine Souza da Cruz, concluiu o Curso de Agronomia na Uneb (Universidade do Estado da Bahia). Janine é pós-graduanda em engenharia do trabalho. e tem como meta o mestrado e doutorado. A professora avalia que agroecologia tem ganho destaque cada vez maior e abre novas expectativas.
"A preocupação com alimentos mais seguros tem levado muitas pessoas a procurar os alimentos livres de agrotóxicos e por isto é de suma importância valorizar às bases agroecológicas, difundindo assim práticas alimentares, orientadas pelos conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais. Sendo assim, a agroecologia é capaz de contribuir com um mundo melhor", diz Janine.
Orlando José Vieira, mora na comunidade do Teixeira, localizado em Sobradinho, Bahia. É Técnico em Agroecologia. Ministra palestra e oficinas. Um defendor da pedagogia da esperança expressa no metódo Paulo Freire. Foi um dos alunos da turma pioneira em agroecologia. Ainda estudante foi um dos responsáveis por criar um pomada agroecológica feita com plantas nativas. Orlando é um dos bons exemplos de uma pedagogia voltada para o ser humano. Na comunidade ele se orgulha da produção mostrando até abacaxi orgânico.
Orlando explica que muitas desvantagens da produção convencional não são levadas em conta como o alto consumo energético, o custo ambiental e os aspectos sociais negativos relacionados a este modelo convencional. Por isto o técnico aponta que a agroecologia tem se mostrado uma alternativa também no quesito quantitativo.
"A agroecologia é o equilíbrio entre a produção de alimentos e a responsabilidade ambiental", destaca Orlando ressaltando algumas das vantagens como a oferta de alimentos sem agrotóxicos e a diminuição da contaminação do meio-ambiente e da intoxicação de produtores rurais, um problema recorrente no campo.
"Sou apaixonado pela agroecologia. Tenho gratidão ao aprendizado e por isto hoje atuo no empoderamento dos agricultores e sua famílias. Acredito no diálogo e no trabalho coletivo pelo amor à natureza", finalizou Orlando Vieira.
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