Criadores de bodes e ovelhas de Juazeiro e região estão preocupados com o grande número de morte destes animais. A morte considerada elevada está intrigando criadores no norte da Bahia e também sertão de Pernambuco. A mortalidade chama a atenção e preocupa. Os animais têm alimento e água de sobra.Entre os sintomas estão diarreia, desidratação.
Os criadores não entendem o que está acontecendo. As patologias que acometem os rebanhos ainda não são identificadas pelos produtores.
Dezenas de criadores relataram a reportagem da redeGn a aflição. No Distrito de Pilar um criador perdeu 180 cabeças. Na Fazenda Umburuçu morreram mais de 60 borregos. Detalhe: a criação tem boa alimentação, água e eram vacinados. Numa outra fazenda as mortes já ultrapassam o número de 200. Fazenda Terra Branca, Serra da Boa Vista, considerado um dos melhores locais de pasto também existe registro de morte de animais.
O diretor de Pecuária da Agência de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária (ADEAP), José Wilson Chaves, orienta que os criadores procurem um médico veterinário, o mais rápido possível. A Adeap tem realizado visitas aos criadores e tomado as providências. De acordo com José Wilson é preciso que o criador siga as orientações dos profissionais.
"O criador tem que saber que é preciso tomar todos os cuidados como exemplo, a vacinação dos animais de forma mais correta possível, e o manejo. Sempre digo que é o produtor que deve criar o animal e não o contrário".
José Wilson cita a realização de várias oficinas, encontros, workshop sobre ‘Manejo de Caprinos e Ovinos’, eventos que integram a programação de todas as feiras distritais. Neste eventos foram discutidos requisitos sanitários para participação em eventos agropecuários e emissão de GTA online; Ordenha Higiênica em Cabras Leiteiras sobre Manejo Sanitário Preventivo, Calendário de vacinação, vacinas recomendadas para o Território Sertão do São Francisco, cuidados e prática de aplicação de vacinas.
“Nosso objetivo é sempre ampliar a base de conhecimentos dos criadores de caprinos e ovinos, fortalecendo o setor em toda região. Hoje além das feiras, o setor de pecuária da ADEAP tem investido na capacitação gastronômica dos empreendedores da zona rural, bem como no manejo adequado dos animais”, explicou o diretor de Pecuária, José Wilson Chaves.
No Programa Mensageiro Rural, transmitido pela Rádio Juazeiro Am, os apresentadores e professores José Humberto e Rubem Carvalho realizaram um mini debate onde discutiram o assunto.
Ano passado em Lagoa Grande, mais de 5 mil animais morreram nos últimos meses. O prejuízo é estimado em R$ 1 milhão. Também foram registradas 500 mortes no município vizinho, Petrolina.Ano passado o frio atípico das noites neste início de primavera foi uma das justificativas que pode que poderia estar ocasionado as mortes. A reportagem do Blog Geraldo José em contato com um dos criadores de bode em Petrolina e ele disse "que as mortes em seu rebanho este ano não vem ocorrendo".
A produção de caprinos e ovinos no Brasil é uma atividade de extrema importância para o Semiárido brasileiro, que concentra 90% dos rebanhos caprinos e 60% dos ovinos. A atividade abre possibilidades de mercados e gera desenvolvimento para sistemas de produção familiar, contribuindo para a segurança alimentar e inclusão produtiva das famílias. Entretanto, muitos dos sistemas de produção ainda são ambientes propícios à proliferação de doenças.
De acordo com o pesquisador Selmo Fernandes, é importante que o criador tenha acesso a essas informações, porque as doenças causam grande impacto na produtividade dos rebanhos e necessitam de atenção quanto às formas de transmissão e disseminação. Por isso precisam ser notificadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “São enfermidades que provocam a diminuição da produção de leite, mortalidade das crias, redução da vida útil dos animais, perda de peso, desvalorização da pele, aborto esporádico, além de se disseminarem rapidamente”, explica.
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