O boletim do custo da cesta básica de setembro, realizado pelo Colegiado de Economia da Facape apresenta comparações entre os meses de agosto e setembro de 2020.
A pesquisa que foi paralisada durante a pandemia retorna apresentando comparações de preços dos produtos da cesta básica na cidade de Juazeiro e Petrolina.
Os resultados mostram que o custo da Cesta Básica na cidade de Juazeiro, na Bahia, foi de R$ 383,57 e, na cidade de Petrolina, em Pernambuco, foi de R$ 378,02. Esses dados comprovam que o custo na cidade baiana é maior do que a pernambucana. Em relação ao aumento do custo, quando comparado ao mês de agosto, Juazeiro apresenta um aumento de 5,97% no valor da cesta básica, enquanto Petrolina apresenta 6,07%.
Dentro da relação de produtos que tiveram aumento na cesta básica no mês de setembro, temos o óleo de soja, arroz, leite integral e carne. Os motivos do aumento são justificados pelo aumento de demanda interna, redução de oferta e aumento de exportações devido ao câmbio favorável, os mesmos fatores responsáveis pelo aumento do mês de agosto.
A pesquisa também justifica o alto valor dos produtos pelo alto consumo da população, que com a pandemia, e o fechamento de bares e restaurantes, muitos passaram a trabalhar em home office e, consequentemente, preparar os alimentos em casa. Assim, ocorre um aumento na demanda de alimentos nos supermercados, frutarias, açougues etc.
As famílias brasileiras evitaram viagens, ficaram mais em casa, tudo contribuiu para o crescimento da compra de alimentos. Existiu, por um período, o receio de queda na demanda devido o aumento do desemprego. Contudo, o auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal, em valores maiores do que o Bolsa Família, por exemplo, fez com que o país passasse a ter mais famílias com poder aquisitivo mais elevado, que passaram a consumir mais. Parte do crescimento dos preços reflete em uma maior demanda, e somado a isto, se tem a redução de área plantada com arroz, a baixa disponibilidade de leite no campo que reduz a oferta disponível por se ter menor produção nacional.
A pesquisa também a ponta, como causa do aumento dos produtos, a desvalorização forte do Real frente ao dólar, que contribuiu para o aumento das exportações dos produtos agrícolas. Com isto, quanto mais carne se exporta, menos se tem internamente; quanto mais soja se exporta, menor a disponibilidade para se fazer o óleo. A consequência disso são os preços mais elevados ao consumidor brasileiro.
Quanto aos produtos com oferta internacional disponível, o Governo Federal pode estimular as importações, zerando as tarifas de importação, para fazer crescer a oferta interna. Se não houver disponibilidade, os consumidores devem fazer substituição por outros produtos, quando for possível, além de ficarem atentos e pesquisarem para poder economizar, já que existem grandes diferenças entre o menor e o maior preço encontrado para todos os produtos, recomenda o economista João Ricardo de Lima, Coordenador da Pesquisa do Índice de Cesta Básica do Vale do São Francisco.
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