Governo afirma ter encontrado fungos, ácaro e possíveis plantas daninhas em sementes misteriosas

06 de Oct / 2020 às 11h26 | Variadas

Foto: TV TEM

O Ministério da Agricultura informou nesta terça-feira (6) que foram encontrados fungos, ácaro e até possíveis plantas daninhas nas sementes misteriosas enviadas a moradores do país.

O governo diz que, até o momento, foram recebidos 258 pacotes de sementes não solicitadas. Moradores de 24 estados e o Distrito Federal já tiveram relatos do problema. Apenas Maranhão e Amazonas não tiveram relatos de casos de sementes misteriosas.

Da investigação feita pelo ministério até agora:

As sementes de 1 pacote apresentaram ácaro;
25 embalagens mostraram 3 fungos diferentes;
2 pacotes com bactérias;
4 pacotes com possibilidade de plantas daninhas não presentes no país.
Ainda não há a identificação de quais são essas bactérias e fungos, pois os materiais seguem em análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiânia, referência no assunto. O Ministério da Agricultura espera terminar a avaliação dos materiais em até 30 dias.

"Quando o risco é desconhecido, o risco é máximo. Por isso que a gente pede para que a população não plante esta semente", diz o diretor do Departamento de Serviços Técnicos do ministério, José Luís Vargas.

"A gente coloca nossa agropecuária em risco, nossas florestas em risco. A gente não sabe o potencial de risco e dano desse material", acrescenta.

Riscos para pessoas e produção
O Ministério da Agricultura afirma que trabalha em conjunto com o Ministério da Saúde para monitorar possíveis riscos das sementes para as pessoas.

"Como é um material sem controle, ele pode ter sido tratado com produto químico, ou plantas com alguma toxicidade. Pode ter risco de intoxicação da pessoa ou de um animal doméstico. As pessoas não devem manusear o material", explica o Secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.

Segundo o governo, não é possível afirmar que o envio de sementes seja uma ação proposital para prejudicar a agricultura brasileira, o chamado agroterrorismo. Mesmo assim, diz que existem riscos à atividade.

"Não temos elementos para afirmar que é uma ação intencional para introduzir algum organismo que seja prejudicial, mas o risco existe. Os primeiros resultados nos apontam que a gente vai precisar aprofundar a identificação (das sementes)", diz Leal.

G1

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