Em setembro é comemorado o Dia Nacional do Idoso (27) e a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP) chama a atenção para um assunto pouco discutido e muito relevante neste período de pandemia: a saúde mental desse público.
De acordo com dados repassados pelo Grupo Suicidologia no Vale (GSV), em palestra realizada no ano passado no serviço, a taxa de suicídio entre idosos tem crescido bastante, principalmente acima dos 70 anos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2017, a média nacional de suicídios nessa faixa etária era de 8,9 por 100 mil.
Entre os principais fatores de risco estão: os transtornos mentais como depressão e esquizofrenia; alcoolismo; perdas recentes; condições clínicas incapacitantes; problemas financeiros; dor crônica e neoplasias malignas; e neste período, o isolamento social, muitas vezes acompanhado de violência doméstica.
“Isso não quer dizer que uma dor ou acontecimento vá levar o indivíduo necessariamente à depressão, ou que transtorno mental seja gatilho para o suicídio. Quer dizer apenas que devemos estar alerta aos sinais”, esclarece a psicóloga da UPAE, Tatiany Torres.
Tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde (SUS) de maneira individualizada. “Inclusive estado emocional, ou condição momentânea, não significam adoecimento. Mas, o agravamento de tais sintomas, podem sim levar ao comprometimento da saúde mental”, acrescenta.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o envelhecimento da população brasileira é uma realidade e acelerou nos últimos anos. Segundo o órgão, entre 2012 e 2016, o grupo de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) cresceu 16%, enquanto o de crianças (entre 0 a 13 anos) caiu 6,7%.
Por isso, a necessidade de se discutir a saúde integral do idoso fica mais evidente. “É preciso ter em mente que o processo de envelhecimento traz inúmeras mudanças na vida das pessoas e que os transtornos mentais correspondem a um dos quadros que podem ser agravados. O físico e a mente devem ser cuidados exatamente da mesma forma, principalmente na terceira idade”, ressalta Tatiany.
Cabem aos serviços de saúde, de assistência psicossocial, famílias, cuidadores e a sociedade atuarem na prevenção. “Todo mundo pode fazer a sua parte, basta desenvolver a empatia e o olhar mais humano sobre o outro”, pondera a coordenadora geral, Grazziela Franklin.
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