Durante o discurso na 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil é vítima de uma brutal campanha de desinformação sobre as queimadas ocorridas na Amazônia e no Pantanal. Bolsonaro ainda atacou as organizações não governamentais, caracterizando-as como “aproveitadoras e impatrióticas”.
“Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada a interesses escusos que se unem a associações brasileiras aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”.
O chefe do Executivo argumentou ainda que o país é líder em conservação de florestas tropicais e que ataques ao governo em razão das queimadas escondem interesses comerciais.
“Somos líderes em conservação de florestas tropicais, temos a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo. Mesmo sendo umas das dez maiores economias do mundo, somos responsáveis apenas por 2% da emissão de carbono. Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% da nossa vegetação nativa, e usando apenas 27% do nosso território para pecuária e agricultura, números que nenhum outros país possui. O país desponta como o maior produtor mundial de alimentos e, por isso, há tanto interesse em propagar tanta desinformação sobre o nosso meio ambiente. Estamos abertos para o mundo naquilo que melhor temos para oferecer, nossos produtos do campo. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar”, declarou.
O presidente Bolsonaro relatou que a floresta amazônica é "úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior" e culpou moradores locais e indígenas por focos de incêndio. "Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas".
Bolsonaro disse também que os focos criminosos são combatidos com 'rigor e determinação'. "Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes".
O mandatário admitiu, no entanto, a dificuldade de fiscalizar a floresta amazônica. "Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas"
Bolsonaro comparou as queimadas ocorridas no país com os Estados Unidos e disse que as mesmas são resultado da alta temperatura e do acúmulo de de massa orgânica.
"O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição".
Em razão da pandemia do novo coronavírus, foi a primeira vez que o encontro ocorreu por meio virtual. O discurso de Bolsonaro foi exibido em vídeo, gravado na semana passada. Esta é a segunda vez que Bolsonaro abre o debate geral. O discurso durou cerca de 15 minutos.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.