O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, ao cheger em Sinop (MT), onde cumpre agenda nesta sexta-feira, o avião precisou arremetar por causa da visibilidade. "Aqui, quando nosso avião foi pousar hoje, ele arremeteu. É a segunda vez que acontece na minha vida. A primeira foi no RJ. É que a visibilidade não estava tão boa."
A manobra, comum na aviação, acontece quando o avião está prestes a pousar e volta a subir para um novo procedimento de pouso. “Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar. Estamos vendo alguns focos de incêndio acontecendo pelo Brasil. Isso acontece ao longo de anos e temos sofrido uma crítica muito grande”, afirmou, em discurso.
Ele voltou a afirmar que os países que criticam sua gestão por causa dos incêndios florestais que atingem a Amazônia e o Pantanal já queimaram todas suas florestas e defendeu que o Brasil é um exemplo para o mundo.
“Países outros que nos criticam não tem problemas de queimada porque já queimaram tudo no seu país”, disse o presidente durante viagem a Sinop, no Mato Grosso, onde participou de homenagem feita a ele por empresários do agronegócio.
“Nós, aqui, temos a matriz energética mais limpa do mundo. Nós, proporcionalmente, ocupamos menor área para agricultura ou pecuária do que qualquer outro país do mundo”, disse o presidente.
Além de um ato em homenagem ao agronegócio, Bolsonaro deve ir também à cidade de Sorriso, onde participará da entrega de títulos de propriedade rural e, depois, do lançamento simbólico do plantio de soja. A previsão é que o presidente deixe o estado às 16h30 (horário de Brasília) e esteja de volta à capital federal por volta das 18h30.
A visita ao estado ocorre em meio a uma séria de incêndios no Pantanal — cerca de 65% do bioma está localizado no Mato Grosso. Não está previsto, entretanto, nenhum compromisso específico sobre o assunto: as cidades de Sinop e Sorriso ficam a 697 km e 614 km, respectivamente, de Cáceres, principal cidade mato-grossense do bioma.
As queimadas no Pantanal neste ano atingiram a marca de 15.835 focos de incêndio, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Só em setembro, até a quinta-feira (17), foram registrados 5.682 pontos – maior taxa histórica para o mês desde 1998, quando o Inpe começou o monitoramento.
Terras indígenas
O presidente também voltou a criticar a demarcação de terras indígenas no país, recordando o discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em de 2019 – Bolsonaro disse que já gravou a fala que será exibida pela ONU na próxima semana.
“Os índios são nossos irmãos, nossos parceiros. Merecem sua terra, mas dentro de uma razoabilidade. A ONU queria, conforme constatado por alguns chefes, que passássemos de 14% do território demarcado para 20%. Falei-lhes: ‘Não’”, continuou.
“Não podemos sufocar aquilo que temos aqui e tem nos garantido não só nossa segurança alimentar bem como a segurança alimentar para mais de 1 bilhão de habitantes do mundo”, disse o presidente, em defesa do agronegócio.
Desde o fim de julho, quando anunciou estar curado da Covid-19, Bolsonaro tem feito viagens semanais pelo Brasil para eventos que promovem ações do governo e para a inauguração de obras de infraestrutura.
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