A segunda fase da “Operação Princípio Ativo” para desarticulação de organizações criminosas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, especializadas na falsificação de agrotóxicos, alcançou ramificação na Bahia.
Os fiscais da ADAB (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia) acionados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) interditaram, nesta sexta (11), 532 litros de um inseticida de uso comum nas lavouras baianas. A ADAB realizou a inspeção oficial em uma loja de produtos agropecuários, localizada em avenida movimentada no município de Feira de Santana.
Os fiscais constataram no estabelecimento que os rótulos marcavam datas de validade diferentes para o mesmo lote de fabricação.”Na embalagem detectamos que havia informações distintas, constando validade para setembro de 2018 e também para setembro de 2022. Comprovada a inconsistência, lacramos o lote até o laudo final a ser expedido pelo fabricante sediado em São Paulo”, ressaltou o engenheiro agrônomo Aurino Soares Junior, responsável pelo escritório da ADAB em Feira de Santana. As notas fiscais apresentadas pelo comerciante baiano atestam mais de R$ 110 mil de investimentos na compra dos produtos sob suspeição.
A Operação deflagrada em municípios paulistas contou com a parceria do Ministério Público e Polícia Militar e foram expedidos mandados de busca e apreensão para desarticulação da quadrilha suspeita de provocar mais de R$5,4 bilhões de prejuízo às indústrias do setor.
“No entanto, o maior prejuízo é o da saúde pública, imagine quantas pessoas poderiam ter sido contaminadas já que não sabemos os componentes da fórmula que está sendo comercializada pelo Brasil afora. Na Bahia, a ADAB está atenta para evitar a comercialização indevida e os riscos à saúde da população”, diz o diretor-geral da agência, Maurício Bacelar.
QR Code
“Infelizmente não sabemos precisar quais os efeitos colaterais que poderiam ser desencadeados nas pessoas que produzem alimentos e também em quem consome”, ressalta Aurino que esteve na loja de revenda junto com o técnico Orlis Santana e o auxiliar de fiscalização Ricardo Cruz.
A operação de fiscalização e apreensão desenvolvida na Bahia é a continuação da “Principio Ativo”, iniciada em março deste ano, em outros pontos do país e faz referência ao código de rastreabilidade exposto nas embalagens dos agrotóxicos.
“A ação criminosa supera, nesse caso, o prejuízo econômico por impactar diretamente na saúde. Estamos encaminhando ofício ao fabricante e aguardamos resposta nos próximos dias, para, caso comprovada a fraude, procedermos com a imediata destruição dos produtos que deverão ser incinerados por empresas especializadas para evitar danos ao meio ambiente”, reforça Maurício Bacelar.
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